Yuna Nate: Shiro

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Penso que chegou a hora de revelar o maior segredo da Operação Ogro na Noitada. A maioria de vocês deve saber muito pouco sobre essa missão ultrassecreta. O máximo que conseguiriam coletar de informações sobre essa operação, são imagens borradas de alguns incidentes públicos e páginas de jornais e sites com teorias da conspiração envolvendo seres sobrenaturais, Vosso Humilde Narrador, e uma garota que solta gelo pela mão...

Isso mesmo.

Uma garota com poderes de gelo.

Que cria gelo sobre a palma de sua mão.

Pois é. Parece que acabei citando o "maior segredo" muito cedo. Fora das pesquisas sobre a operação, se vocês vasculharem o mais profundo da internet, provável que encontrem algumas coisas envolvendo "uma garota que solta gelo pela mão". E, meu amigo, Vosso Humilde Narrador gostaria de dizer que os vídeos curtos de assassinato brutal com lanças de gelo emergindo do chão ou caindo do céu, são uma grande montagem em CGI hollywoodiana. Mas... são todos realidade.

Por mais que a Mythpool tente esconder os feitos desses seres com habilidades peculiares, nós não somos donos do mundo. Nosso poder de influência é gigante, mas a internet é rápida demais, e a memória das pessoas registram com facilidade essas imagens extraordinárias.

Pode até parecer história em quadrinhos, mas, infelizmente... é real. Talvez "infelizmente" não seja a melhor palavra para esse caso em específico. Nessa operação, "felizmente" pode ser o melhor termo a ser utilizado.

Para mim, Vosso Humilde Narrador, que tinha acabado de completar dezoito anos, a garota com poderes de gelo foi um presente que salvou minha vida.

E para vocês que foram pesquisar sobre a garota ou a missão em seus celulares comedores de neurônios, peço que parem. Vosso Humilde Narrador aqui, estava lá, viu tudo, e viveu para contar a história, igual ao Capitão Jack Sparrow.

Sendo assim, acomodem-se em qualquer lugar, e permitam-me dar início a esse primeiro caso, a essa primeira narrativa, apresentando-me como seu navegador pela história. Meu nome é...

— Ei, 3k1. 3k1! No que está pensando? Estamos no meio de uma missão.

Meu parceiro, com as costas na parede ao lado esquerdo da porta, chamou minha atenção.

— Ah, p-perdão. Me distraí um pouco, só isso

— Hmph, você é esquisito. Mas tudo bem. Vamos prosseguir com a missão. Você se lembra?

— Com certeza.

Nós assentimos um para o outro e nos viramos para a porta, a arrombando com um chute ao mesmo tempo. Nós invadimos o grande apartamento em um dos últimos andares de um edifício em Tóquio, e apontamos nossas armas para lados opostos.

Silencio total. Muito suspeito.

— Ei. — Meu parceiro, 3k9, apontou com o queixo para a esquina de um corredor à direita.

— O quê?

— Porta aberta.

Ele foi cautelosamente na frente, e eu, cuidadosamente, o cobri pelas costas, pisando exatamente onde ele pisava.

— Mãos na cabeça! Mythpool!

3k9 entrou no cômodo, sem hesitar, apontando seu revólver para a primeira coisa que aparentava ser suspeita. E essa coisa era um homem. O homem que era o alvo em nossa missão. Um dos grandes da Yakuza. Grande em todos os sentidos.

Esse homem estava deitado, sem camisa, com duas garotas nuas abraçando seu abdômen enquanto adormeciam. Seu corpo era cheio de tatuagens de diversos estilos e cores, o tornando confundível até com uma obra de Michelangelo. No rosto, ele tinha uma barba grande envolvendo seu maxilar, e o cabelo estava penteado para trás.