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Tetsu Tetsuya, conhecido como o Assassino Intocável, era praticamente uma máquina de destruição em massa no campo do assassinato sobrenatural. Na Mythpool, ele era bastante conhecido. Na verdade, a maioria acreditava que ele era uma lenda. Os poucos que acreditavam em sua existência eram brutalmente zoados. Serei honesto com vocês, eu era um dos que não acreditavam nessa lenda. Sei que é esquisito, um agente da Mythpool, cuja folha de pagamento dependia do confronto com criaturas mitológicas, dizer que não crê em alguma coisa fantástica. E quando descobri que o Tetsu ao meu lado era o mesmo cara que pensava não existir, me senti como um ateu vivenciando o Apocalipse.

Ele praticamente organizou meus pensamentos sobre o que fazer na situação em que nos encontrávamos.

Primeiro, o Oni. Eu liguei para a Mythpool e dei a localização exata de onde estava o corpo do youkai, que nós colocamos gentilmente para dentro do templo. Depois, Yuna. Ela era fugitiva da Mythpool, querendo ou não. Ela matou o diretor, embora eu tenha confirmado as suspeitas que eles tinham sobre o homicídio de meu chefe, a hanyou tinha matado um ser humano friamente após ser catalogada como confiável. A Mythpool não sabia que eu a libertei, e isso foi graças a Suny. Minha amizade colorida da época de estágio disse que eu passei a noite no apartamento dela. A voz dela na organização era muito poderosa. Para vocês terem noção, se eu tivesse matado o Diretor Tanaka, e ela negasse, eu mal seria interrogado sobre o assunto. Mesmo assim, ela não limpou a barra de Yuna. Então, nós pegamos a garota desmaiada e Tetsu nos levou para um quarto com seu teletransporte.

O quarto era o da própria hanyou.

Nós estávamos na AAA.

Eu coloquei a garota nos meus braços em sua cama. A estampa do lençol dela era do Goku Super Saiyajin 2. Por que o nível 2? Também não sei, achei que só o Gohan tinha graça com essa transformação. A parede ao lado da cama era envidraçada. A atrás da cama tinha uma prateleira com alguns livros como "Noel Kyle" e "O Caçador de Górgonas". Na parede do outro lado, uma estante com uma TV de trinta e duas polegadas, um console Playstation 3, e um pôster do Homem de Ferro.

— No fim, ela é uma garota normal que tem tara pelo Robert...

— O que está resmungando aí, plebeu?

— Ah, não, nada.

— Hmph.

O Assassino Intocável sumiu e reapareceu com duas cadeiras no quarto. Uma estofada e aparentemente muito confortável. A outra toda de ferro, sem nenhum tipo de estofamento. E não preciso dizer que a estofada passou longe de mim, né?

Nós nos acomodamos em nossos assentos, mesmo o meu não sendo muito cômodo, e ficamos observando Yuna adormecida. Após dez por cento de uma hora, eu me voltei para Tetsu.

— Não acha que deveríamos acordá-la?

— Ela está se recuperando, vira-lata. Ao menos tenha paciência. Como vocês me divertiram bastante lá, esta é minha maneira de agradecer. E se continuar dando palpites, eu...

Yuna tossiu. Nossa atenção se voltou para ela e então travamos, esperando a próxima reação da garota. Sua testa franziu. Se estivesse tendo algum tipo de sonho, aposto que não eram boas imagens que seu cérebro projetava. Seus olhos começaram a se abrir e ela começou a arfar, como se tivesse corrido metade de uma maratona.

— Está bem? — Indaguei, já que Tetsu não pareceu muito preocupado.

Ela virou o rosto vagarosamente para mim.

— Pedófilo? Meu quarto...? O que faz no meu quarto, seu pamonha?

Suspirei aliviado. Ela estava bem. Um pouco atordoada, pois estava despertando de uma situação tensa, mas estava bem.

Yuna Nate: ShiroOnde histórias criam vida. Descubra agora