Capítulo 14

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POV Dinah

Três meses. Hoje fazem três meses que a Ally foi embora e não temos nenhuma notícia dela.
Lauren está muito triste com isso, sei que Mani assim como eu se sente culpada por não contar a ela o que aconteceu, mas nós sentimos que não temos o direito.
O que tem animado um pouco a branquela é a Sam, a bebê delas está ficando cada dia mais linda.
Eu estou na Fotos Hernandez, porque não dá mais pra esperar, tenho que substituir Ally como fotógrafa da nova coleção.
Bato a porta da presidência e após um resmungo eu entro, encontrando Laur sentada em meio a papéis.

-Bom dia Laur.

-Oi DJ. Tudo bem?

-Tudo bem branquela. E você?

-Tô bem. Em que posso ajudar??

-Bom, é que estou precisando de um fotógrafo. Sabe, pra terminar a campanha.

-A campanha que a Ally deixou no meio? - Sinto uma tristeza vindo dessa frase de Lauren.

-Bom... É. - Respondo sem jeito.

-Eu sei que queria uma fotógrafa mulher DJ, mas disponível pra um trabalho desse tamanho eu só vou ter o Harry.

Respiro fundo. Acho que não vou ter escolha, mas Mani vai entender se eu pedir pra ela não fazer essas fotos.

-Tudo bem. Harry já trabalhou com a gente, ele é bom.

-Ele é ótimo DJ. Vou refazer o contrato, espera aí.

Ela sai da sala e me deixa ali.

-×-

Depois de assinar novamente o contrato, decido ir pra casa. Nick está na escola e vai ser bom ficar com minha esposa um pouco.
Também aproveito e converso com ela sobre a campanha.
E

ntro e sinto cheiro de doce. Vou pra cozinha e vejo Mani batendo um chantilly, rebolando levemente.
Chego por trás e lhe abraço pela cintura.

-Que faz em casa tão cedo amor? - Mani pergunta quando beijo sua bochecha.

-Só queria ficar um pouco com você. - Digo carinhosa e ela sorri.

-Não tem compromissos hoje? - Pergunta.

-Tive só um. - Digo lhe fazendo carinho. - Fui até as fotos Hernandez pra buscar um novo fotógrafo pra campanha.

-Quem vai nos fotografar agora?

-O Harry. - Respondo. - Mas não é "NOS" fotografar. É fotografar as modelos.

-Eu sou uma modelo Dinah. Aliás sou a modelo principal dessa campanha.

-Ah não Mani. Tudo bem você ser a modelo quando era a Ally, mas não vai continuar posando pra um homem.

Mani se desvencilha dos meus braços.

-Você vai começar com isso de novo Dinah? - Ela me olha reprovadora.

-Mani, você é uma mulher maravilhosa, realmente linda. Você não pode esperar que eu aceite você posando de lingerie pra um homem qualquer.

-Que você aceite? - Mani fala cada vez mais alto? - Que você aceite? É meu trabalho Dinah. Você não tem que aceitar ou deixar de aceitar nada.

-Tá brincando comigo Normani? - Digo me alterando também. - Você é minha esposa. Tenho todo o direito de não querer você posando de lingerie.

-Não. Você não tem. - Mani quase grita agora. - Você é minha esposa e não minha dona Dinah.

-Então eu tenho que ficar quieta enquanto você fica quase nua pra um homem qualquer bater fotos suas?

-Tem Dinah. - Mani praticamente grita. - Tem porque é meu trabalho.

-Eu não tenho Normani. - Digo quase gritando também. - Não tenho que aceitar minha mulher quase nua na frente de um homem.

-Como você pode ser tão hipócrita Dinah?

-Hipócrita? Porque não quero você de lingerie na frente de qualquer um?

-Hipócrita porque a sua empresa faz esse tipo de trabalho. A sua empresa é que paga pra mulheres tirarem fotos quase nuas.

-Outras mulheres Normani. Não a minha mulher. - Digo bem ríspida.

-Você não vai me impedir de trabalhar e ponto final. - Ela responde ríspida também.

-O que que é Normani? - Digo sem pensar. - Tá querendo outra Ally? Quer outra pessoa te beijando no camarim?

O tapa me atinge forte no rosto. Confesso que fiquei em choque. Viro o rosto pra olhar novamente pra Normani e encontro ela chorando.

-Eu não sou uma vagabunda Dinah. - Mani diz entre lágrimas.

-Eu não disse isso. - Respondo.

-Disse sim. Não usou as palavras, mas foi o que você disse. - Ela se abraça, parecendo frágil. Quero abraçar ela, mas sou orgulhosa e acabei de levar um tapa na cara.

-Normani... - Começo.

-Não Dinah. - Ela diz ainda chorando. - Você conseguiu me ofender. Então vamos esclarecer tudo.

-Normani...

-Você vai me deixar terminar. - Ela diz alto. - Primeiro que eu nunca planejei aquele beijo. Segundo que foi ela que me beijou. Terceiro que você não se importou nenhum pouco aquele dia aqui em casa.

-Normani... - Falo coçando a nuca, mas novamente sou interrompida.

-Não Dinah. Pra mim já chega. Você insinuou que eu uso o meu trabalho pra te trair. Você não só demonstrou que não confia em mim, como demonstrou também que você me acha uma vagabunda que uso meu trabalho pra fazer coisas erradas. Pra mim isso foi o bastante Dinah.

-Eu... - Começo novamente, mas ela torna a me cortar.

-Não fala nada. Apenas pega suas coisas e vai embora. - Diz Mani.

-Como é? - Pergunto rapidamente.

-Você ouviu Dinah. - Ela diz. - Vai embora. Eu não quero continuar com alguém que pensa o que você pensa de mim. E não tem discussão. Eu já me decidi.

Ela sai da cozinha sem me dar chance de responder.

-×-

Eu não consigo parar de chorar. Por uma questão de nervoso, de momento eu acabei com meu casamento.
Sempre fui impulsiva e falei sem pensar, mas parece que dessa vez as consequências são desastrosas.
Tô parada em frente a casa de Camren, chorando dentro do meu carro desesperada, enquanto a chuva cai torrencialmente do lado de fora.
Minha porta se abre e numa capa de chuva aparece Lauren.

-Dinah?

Apenas me levanto e a abraço apertado, chorando.
Lauren me abraça sem saber o que está havendo, me dando conforto sem saber o porque.
Ela me conduz pra frente da casa, onde ela e Camila me ajudam a me trocar e eu permaneço chorando por horas.
Quando finalmente me acalmo eu só penso em duas coisas. Primeiro: Tentar recuperar meu casamento. Segundo: Se a primeira coisa não der certo, ir atrás da baixinha.

POV Mani

Eu ouvi o carro de Dinah saindo da garagem.
M

eu coração está partido, a dor é indescritível.
Cada vez que respiro sinto meu peito rasgando.
Meu casamento que foi feliz nos últimos cinco anos é o motivo do meu choro e isso me dói mais que tudo.
Eu amo Dinah com todas as minhas forças, mas o que ela disse partiu meu coração em pedaços.
E sinceramente eu não sei se vai ser possível concertá-lo.

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