ela deveria estar em casa as nove

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Mary estava deitada em sua cama,os braços sobre o peito.
Estava desolada,acabara de receber um e-mail do seu advogado,tudo estava acabado.
Ela lutou,lutou de forma voraz e sem medir esforços,mas nada iria trazer Amanda de volta,sua filha estava morta,mesmo que todos os envolvidos pagassem pelo crime,nada iria trazer ela de volta.
Ela caminhou até uma pequena escrivaninha,abriu a gaveta e encarou o que estava buscando,ela sabia que isso iria mudar tudo,mas o que poderia perder que traria um estrago tão grande,uma dor tão profunda.
Tirar a vida ? Que vida ? 
Havia apenas um buraco em seu coração,em sua vida um vácuo causado pela ausência de Amanda,de sua filha e esse vácuo jamais seria preenchido outra vez.

Mary encostou a arma em sua cabeça,sentiu as lágrimas escorrendo  por sua Buchecha,seria rápido,seria indolor e logo ela estaria com sua filha em, três,dois,um
                   

8 meses atrás

- já pegou a mala ?- Mary correu com seu salto alto até a porta do quarto da filha,ergueu os brincos favoritos e pediu a opinião de Amanda.
- o azul,ele é maravilhoso - Amanda sempre foi fã da cor azul,talvez Mary tivesse um pouco de culpa nisso,Amanda havia puxado os traços físicos da mãe,era loira,cabelos cacheados e magra,tinha olhos azuis esverdeados  e um rosto intenso e bonito,desde pequena Mary contava a Amanda que se usasse blusas azuis isso destacaria os olhos e ela ficaria linda,e isso era verdade.
-hum,certo,não esquece de pegar o passaporte e colocar na mala-,Mary tinha um encontro e estava apressada,mas toda sua animação não se devia apenas a isso,sua filha Amanda estava prestes a viajar para Los Angeles onde iria apresentar seu projeto ambiental, apesar de não ser a melhor aluna da escola na sua época escolar,Mary sempre ensinou Amanda a colocar a educação em primeiro lugar.

E tudo isso foi perdido,de uma forma brutal,sem avisos,apenas veio como uma bala,uma bala que atravessa a mente em segundos e acaba com anos vividos durante muito tempo.

Mary voltou do encontro duas horas depois,não havia sido o melhor encontro de sua vida,mas Robert Hudson era um cavalheiro e conseguia ser divertido.
-como está as coisas por aí ?- perguntou Mary arrancando o sapato e jogando para fora da cama
-bem,só tem um cara meio chato vizinho,um tal de Harryson,mas fora isso estamos bem - Amanda estava com uma voz calma,aquilo deixava Mary bem mais tranquila,afinal a filha era a única garota na equipe de ambientalismo.

Passaram-se 2 semanas,amanda deveria ter voltado para casa,mas isso não aconteceu.
Depois de 24 horas que amanda estava desaparecida Mary foi até a delegacia e instaurou o processo de busca.
Os colegas do projeto de ambientalismo disseram que Amanda chegou ao aeroporto e que decidiu ir com um cara que ela estava saindo.

- é mentira,eu conheço minha filha- Mary sentou no balanço da varanda de Telma,sua melhor amiga e a única que estava fazendo alguma coisa.
- eu sei,mas tente pensar em algo melhor,ou pelo menos que não envolva sequestro.- disse Telma abraçando a amiga que controlava os soluços do choro.
- minha filha teria me contado se houvesse um "cara",ela teria  me contado- as lágrimas escorrendo pelo seu rosto fez telma sentir o coração sendo esmagado.
- acha que ela está morta ?- perguntou Mary de forma rápida e direta.
Telma sempre foi calma e gostava de pensar bem antes de falar ou agir,só fazia uma semana e poucos dias que Amanda havia desaparecido,mas as condições do desaparecimento eram muito esquisitas,mas telma tinha que ser forte,por Mary e por Amanda.

2 semanas depois Mary recebeu um telefonema da polícia.
Eles queriam que ela fosse até o IML para tentar reconhecer o corpo da filha, era demais para ela fazer sozinha então ligou para telma,mas a amiga não pôde entrar na sala onde
Mary viveria os piores momentos de sua vida

Ela caminhou até maca,o corpo de uma garota estava coberto
É se não fosse sua filha ? Outra mãe vai estar passando pela agonia que Mary passou em pouco tempo.
Ela encarou o médico legista,ele parecia apressado,encarou Mary com um olhar de impaciência.
Como pode ser tão cruel ? Talvez fosse sua filha ali morta,prestes a acabar com o coração de sua mãe.
Ele pediu permissão para descobrir o corpo, e quando Mary assentiu ele apenas puxou o pano branco e junto com tecido,a esperança de Mary caiu no chão.
As pernas cederam e Mary caiu com os joelhos.
Era amanda,estava morta havia uma marca roxa que circulava o seu pescoço.
Aquele era o fim de toda esperança que Mary tentou manter.

" A vida é simples e intensa,em um momento tudo acaba mas leva anos para se acostumar com a ausência"

Em Busca De JustiçaOnde histórias criam vida. Descubra agora