Prólogo

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Pov Camila

Jacarta talvez fosse até bonita em outras circunstâncias, mas eu jamais teria a oportunidade de aproveitar a beleza dos locais visitados durante meu trabalho pela Cruz-Vermelha, pois sempre encontrávamos a calamidade no seu pior sentido. Cidades destruídas por bombardeios, desastres naturais, pobreza extrema, e por aí adiante.

Naquele momento tudo o que víamos eram cinzas para todos os lados, desespero de famílias desintegradas e muita correria.

Eu estava estocando produtos que iriamos usar em poucos instantes quando os bombeiros chegassem com mais vítimas resgatadas em uma das barracas do acampamento de atendimento médico improvisado. Este ficava próximo a um local bastante afetado pelo vulcão que recente entrara em erupção banhando furiosamente uma longa extensão da Capital da Indonésia e destruindo tudo o que encontrava pela frente forçando a população a deixar suas casas. Infelizmente, o número de mortes era elevado, mas o de feridos era surreal e para isso estávamos ali com muitos outros voluntários.

- Hey! Acorda aí. – A voz de Dinah despertou-me do meu pequeno devaneio.

Olhei para ela esperando que ela falasse algo importante, mas ela estava apenas implicando comigo, dizia que se me deixasse muito quieta eu me pedia muito em pensamentos. Eu voltei a pegar os utensílios e remédios para coloca-los próximo as macas.

Drª Dinah, ou simplesmente Dinah, trabalhava comigo desde quando comecei, há cerca de um ano. Nossa equipe era maravilhosa e nos tornamos muito amigos já que passávamos o tempo todo juntos. Além de nós duas, que prestávamos atendimentos básico, nós tínhamos o Dr. Shawn e a Drª Taylor, que era a cirurgiã da nossa equipe e obviamente, nossa mentora e também muito boa amiga.

A voz de Taylor soou urgente no meu rádio, que estava no bolso do jaleco branco que eu usava por cima do jeans e blusa de mangas brancos que eu estava usando.

- Drª Cabello, está na escuta? Câmbio!

- Drª Swift, prossiga. Câmbio – Respondi formalmente.

- Estamos à 2 km. Temos 4 pacientes com queimaduras graves. Câmbio, desligo.

Então dali para frente era muita correria.

Nós fazíamos questão de dar o melhor tratamento possível para aliviar a dor e o sofrimento daquelas pessoas, ao mesmo tempo em que aprendíamos a pôr na prática tudo o que vimos nos livros e laboratório, aqui era tudo intenso, jamais teria essa oportunidade em um estágio em hospital. Além do fato de estar bem longe da minha família. Por mais que eu os amasse muito e sentisse muita saudade, era uma questão complicada para mim.

Algumas horas depois...

Dividíamos acampamento de estadia com outros voluntários, mas fazíamos questão de ficar juntos. A barraca de número 21 era praticamente a última do acampamento, e grande o suficiente para nosso grupo, além de possuir uma mesa pequena com quatro cadeiras, uma escrivaninha com um notebook e uma pequena e improvisada cozinha. Tudo era bem básico, mas dava para se virar bem. Já estávamos há alguns dias naquela missão de resgate, então conforme os dias iam passando, o clima ia melhorando, o ar começava a melhorar, o humor das pessoas também. Taylor estava em uma vídeo-chamada com sua amiga e Shawn estava no celular com sua mãe. Dinah estava tomando banho no banheiro ali ao lado e eu estava olhando para meu celular esperando que Keana atendesse o telefone dela.

Minha noiva havia tentado me ligar algumas vezes naquele dia, mas sem nenhuma condição de atende-la durante o período de resgate. Enquanto segurava o celular no ouvido com o ombro, eu brincava com a aliança de noivado em meu dedo de um lado para o outro.

Vampire HunterWhere stories live. Discover now