1. A Clareira

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- Gente! – Shawn entrou exasperado na tenda. – Vocês não vão acreditar.

Estávamos eu, Taylor e Dinah terminando de nos arrumar para mais um dia de trabalho quando Shawn entrou.

- Fala logo! – Dinah e Taylor disseram ao mesmo tempo.

- Os dois médicos da barraca ao lado, foram encontrados mortos! – Shawn estava exasperado. Ele continuou. - Como se tivessem se metido em alguma briga entre eles, parece que um matou o outro e depois se matou, algo assim.

As meninas ficaram pálidas e correram para ir até lá junto com Shawn.

Eu senti meu sangue ferver de ódio, pois eu sabia muito bem o que tinha acontecido e deixei acontecer quando sabia que estava literalmente em minhas mãos o poder de ter evitado aquilo.

Eu estava fodida! Eu teria que ir atrás daquela maldita vampira.

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Camila's POV

Ao ver Taylor e Dinah saírem correndo para onde com certeza estaria um alvoroço de pessoas querendo saber o que tinha acontecido realmente, eu no entanto mantive a calma para terminar de vestir meu jaleco. Me olhei no pequeno espelho de Taylor que havia sido esquecido quando a mesma saiu para ir atrás de Shawn. Eu estava com uma leve olheira por conta da noite mal dormida. Não poderia fazer nada sobre isso, o cansaço de dias de resgate também eram culpados. Vi no reflexo do espelho o choker preto preso à meu pescoço. A queimação havia aliviado totalmente ainda na madrugada, mas eu não conseguia afastar as lembranças de estar tão próxima daquela vampira.

Estremeci ao lembrar do jeito em que ela se deliciou ao respirar o aroma da minha pele, tão frágil que qualquer movimento que ela fizesse naquele momento de vulnerabilidade eu estaria morta.

Ainda assim ela não o fez. E eu também não.

Não conseguia entender como eu havia deixado aquilo acontecer. Eu estava perdida em meus pensamentos olhando o reflexo do colar. O pequeno pingente em forma de sol brilhava no espelho.

Eu tinha que avisar aos meus pais do que estava acontecendo, não é? Se esses vampiros estavam na área, apresentavam um perigo imenso à todos os voluntários, a essa população tão devastada pelos últimos acontecimentos. Eu não daria conta deles sozinha, isso era um fato.

Nós contávamos com um certo tipo de magia para lutar com bandos de vampiros, mas a única com tais poderes no nosso grupo era Allyson. Ally, como a chamávamos, possuía um poder imenso para bloquear a visão, os sentidos e até a imortalidade de alguns vampiros por alguns segundos, era uma peça essencial para o sucesso na caçada aos vampiros.

Com certeza havia mais alguém com a vampira da noite passada, não havia tempo para tal encenação já que ao sentir sua presença eu a guiei para a floresta. Mas porque quem quer que seja que a acompanhasse, não a seguiu? Talvez, a sede era maior do que o atrativo em meu sangue? Podia ser.

A essa altura eu já havia deixado o espelho de lado e estava preparando meu rádio comunicativo no bolso do jaleco. Prendi meu cabelo em um coque frouxo com algumas mexas caindo sobre o rosto, peguei minha bolsa e logo meus amigos estavam de volta para irmos ao acampamento médico que ficava a uns bons minutos dali. O assunto no caminho: A cena de horror na tenda vizinha. Mas apesar de fingir espanto, eu estava controlando meu ódio por aquela vampira e sua turma.

[...]

O dia de trabalho havia sido exaustivo ao extremo. Já que as operações de resgate estavam chegando ao fim, nosso trabalho de visitas médicas aos já resgatados era igualmente cansativo. Troca de curativos, dezenas de consultas sem pausa alguma para dar conta de todos me fazia praticamente esquecer do ocorrido na noite passada. Mas ao mesmo tempo, não ter dormido piorou meu estado e ao final do dia eu estava um caco.

Vampire HunterWhere stories live. Discover now