Nesses últimos 8 meses tenho pensado muito em como o amor pode te levar da felicidade eterna ao inferno em tão pouco tempo. Tenho pensado em como as pessoas se enganam e aceitam de bom grado um relacionamento cheio de falhas apenas para não se sentirem sozinhas.
Ele não gostava de nada que eu gostava, e mesmo assim eu segui o que todo mundo diz, "Os opostos se atraem". Mas eu aprendi que com a mesma facilidade que eles se atraem, eles também se afastam.
Eu sempre amei usar salto, mas ele não gostava de garotas altas demais. Ele sempre odiou as músicas que eu insistia em mandar para ele tentando explicar o significado que havia por trás das letras de amor, mas ele não queria ouvir nada relacionado ao amor.
Foram essas pequenas coisas entre outras que me fizeram desistir de tentar ser quem eu não sou para agradar alguém que não estava nem aí para quem eu desejava ser.
E isso tudo me levou aonde me encontro agora, sentada nesse café pensando em como o amor começa, arde e então chega ao fim.
Um tempo depois vejo um antigo colega de escola, que já me fez por diversas vezes repensar sobre o amor, entrar no lugar e em pouco tempo notar minha presença.
Eu por minha vez continuei alheia de tudo que se passava a minha volta, estava apenas focada em pensar o quanto essa dor ainda demoraria para passar, e então ele se aproximou.
- Que mundo pequeno - ele diz sorrindo
- Eu diria cidade pequena - digo me levantando sem muito ânimo para cumprimenta lo com um breve abraço
Quando eu ia me sentar outra vez ele arrumou minha cadeira e eu por um momento lembrei que meu ex nunca fez isso uma vez se quer, ele não fazia ideia do quão legal isso seria, mas eu sim
- O que faz aqui sozinha ?? - ele me pergunta sentando de frente pra mim
- Estava precisando de um tempo sozinha pra pensar na vida - digo olhando para o meu café que nesse momento já deve estar gelado e eu nem mesmo tomei um gole
- Ah, me desculpa. vou deixa-la sozinha - ele diz se levantando
- Não, não foi isso que eu quis dizer, pode sentar. Desculpa não quis ser grosseira. - digo agitando os braços e então ele ri e se senta olhando pra mim.
- Faz muito tempo que não nos vemos, como anda sua família?? - ele pergunta tomando um gole de seu café
Nas horas que se seguem nos falamos sobre tudo e nada ao mesmo tempo, ele diz que nunca conheceu alguém que tivesse tantos CD'S como eu, mas eu tenho, ele me fala sobre os filmes que ele vê com a família dele nas noites de natal.
Me pego admirando ele toda vez que ele ri de algo bobo que eu digo, jogando a cabeça pra trás e rindo feito uma pequena criança, meu ex nunca fez isso quando eu tentava fazer ele rir.
Pela primeira vez em 8 meses o que passou, passou.
Eu passei esses últimos 8 meses pensando em como o amor pode começar, arder e terminar, mas naquela quinta feira em um café eu vi começar de novo.
