Um

167 7 6
                                    

Harry escapou para o lado de fora, sentindo o calor do sol de verão bater contra sua pele. Ele viu um vislumbre de cabelos loiros e correu alegremente até a mulher no jardim, deixando sua camiseta larga voar livremente.

"Buuh!"

A mulher pulou, fazendo Harry rir e cair no chão do lado dela.

"Hey, bobo, você me assustou," a tia dele riu, bagunçando o cabelo do menino. "E aí?"

"O tio Tommy disse para eu dar o fora, então vim aqui fora," Harry deu de ombros, inclinando-se para ver o que sua tia estava fazendo. "Aquilo são rosas?"

"Tulipas," sua tia o corrigiu, continuando a cavar buracos no jardim com uma pequena pá. "Não dê ouvidos a ele. Ele é apenas um mal-humorado," acrescentou, dando a Harry um sorriso suave.

"Eu sei," Harry  sorriu largamente. "Eu tento ser gentil com ele, porque se você é bom com as pessoas, elas não têm nada para segurar contra você. Certo?"

"Certo," a mulher loira assentiu, enrugando o nariz. "Como você ficou tão esperto, criança?"

"Você," Harry riu, rastejando-se para frente e limpando a sujeira em torno das tulipas uma vez que elas estavam plantadas. "E meus pais, pelo menos quando eles estavam vivos."

"Você fala muito sobre eles, sim?" Tia Susie parou seus movimentos e olhou para Harry. Confuso, o menino menor apenas concordou com a cabeça.

"Isso é uma coisa ruim?" Harry perguntou, inclinando a cabeça para o lado. Ele gostava de falar sobre seus pais. Quanto mais falava, mais fácil era para ele se lembrar deles. A última coisa que queria era simplesmente esquecê-los.

"Claro que não," sua tia riu suavemente. "Eu estou surpresa."

"Eu gosto de falar sobre eles," Harry deu de ombros e estudou as flores atentamente. "Eles foram boas pessoas e merecem ser falados. Não acho que gostariam de ser esquecidos, gostariam?"

"Você é esperto demais para seu próprio bem, criança," a mulher loira sorriu e apertou o ombro de Harry. "Estou tão orgulhosa da pessoa que você está se tornando, sabia disso?"

Harry riu timidamente e olhou para baixo, balançando a cabeça. "Está?" ele perguntou, olhando para cima mais uma vez.

"Claro que eu estou," a mulher riu, voltando sua atenção para longe do jardim. "Você não é o tipo de menino que apenas senta e aceita cegamente o que as pessoas lhe dizem. Você questiona as coisas. Você vê as coisas e as interpreta. Você é extraordinário, Harry."

O menino menor sorriu timidamente e juntou as mãos. "Estou feliz que eu estou ficando aqui com vocês," ele disse suavemente.

"Você não está ficando com a gente, Harry. Você apenas está conosco. Isso não é uma coisa temporária. Somos uma família agora, okay?"

"Okay," Harry concordou com a cabeça e envolveu os braços em torno de sua tia. "Obrigado."

"Não há necessidade de me agradecer," a mulher mais velha riu suavemente e bagunçou o cabelo do menino. "Agora vá lá dentro e pegue o seu roteiro, okay? Nós vamos praticar mais uma vez para o jogo antes que o jantar fique pronto. Espero que você seja a melhor Árvore que sua escola já viu!"

Rindo, Harry acenou com a cabeça. Ele correu de volta para dentro de casa, encontrando seu roteiro e sorrindo largamente. Talvez toda essa coisa de 'família' pudesse realmente funcionar.

Exatamente dezesseis horas depois, Susan Maverick foi declarada morta devido a causas naturais. Harry se encontrou no banheiro do hospital, traçando seus dedos através da mancha vermelha em sua bochecha. Como seu tio poderia fazer algo como aquilo com ele?

Blue - Larry VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora