Não sei se está tudo bem.
Não sei se tudo vai melhorar.
Não sei de nada.
Nem mesmo as coisas sobre mim.
Como posso saber as coisas sobre você?
Como posso decidir por você?
Como posso tirar você de mim
Sem nem ao menos pedir permissão
Isso dói. Dói muito.
Se a vida fosse uma pessoa
Gostaria de falar com ela
Perguntar para ela
Se ela se sentiria incomodada
De se separar de mim para sempre.
A resposta?
Acho que seria um não.
Ninguém se importa.
Até aquelas pessoas
Que estão sempre comigo.
Nem elas. Nem ninguém.
Nem amigos. Nem psicólogos
Nem colegas. Nem professores.
Nem aquelas pessoas da outra turma
Que fiz amizade
E o tempo?
Se eu pudesse falar com ele
Pediria que ele parasse
Só por um tempo
Irônico. O tempo parando
Por um tempo.
Isso seria mais fácil.
Mais fácil do que deixar a vida.
Mas geralmente
As coisas mais fáceis não funcionam.
Não existem.
A certeza que tenho? Nenhuma.
Não tenho certeza de quem sou.
De quem fui.
De quem quero ser.
Muito menos a certeza
Das pessoas que estão à minha volta.
Agora, por último, o que me resta?
É a pergunta que todos se fazem.
A resposta geralmente é nada.
Mesmo que a pessoa tenha tudo
Por dentro ela pode não ter nada.
E um nada dói bem mais na alma
Do que na vida real.