IV - O começo do fim

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Eu não sabia o que o Chanyeol chamava de "se comportar", então apenas o segui e comi em silêncio.

Depois de terminar, coloquei meu prato na pia e novamente fui para o quarto, sentei na cama do mesmo jeito de antes e fiquei cuidando da minha barriga.

O quanto ele sentia lá dentro? O quanto ele sabia do que estava acontecendo aqui?

Sempre ouvi dizer que o bebês sabem tudo que se passa com as mães, agora me encontro nessa situação, tendo um bebê dentro de mim e até mesmo ele me repreende quando faço algo errado, isso é tão cruel.

E se depois de tudo isso ele ainda não me amar? E se ele crescer e me achar um estúpido e ir embora?

Não vou ter a ilusão de achar que vamos ser amigos na adolescência e que ele vai correr para meus braços me falar da sua primeira paixão. Mas eu queria que isso fosse real, eu quero que tudo seja assim, tão bonito quanto nunca foi na vida de ninguém.

— Está preocupado com o futuro dele? — assenti sem olhar para Chanyeol, ainda somente acariciando minha barriga — Vai ficar tudo bem, Baekhyun, não digo que vamos conseguir dar o melhor pra esse bebê, mas vai ficar tudo bem.

— Eu tenho medo de ser um pai de merda.

— Não fala assim, garoto, você não vai ser ruim. Eu acredito que entre nós dois, você é o que melhor pode criar essa criança. — olhei para ele e Chanyeol parecia convicto do que disse.

Sem querer o puxei pela nuca e beijei seus lábios de forma quase desesperada, sendo tomado por uma vergonha imensa alguns segundos depois e me distanciando de seu corpo e me encolhendo na cama.

— Tudo bem. — Chanyeol riu daquele jeito que eu vinha achamos mais bonito nos últimos tempos — Eu disse que se você se comportasse ganharia um beijo. Você só... Tomou a iniciativa.

— Me deixa sozinho, Park. — disse baixinho. Eu estava com tanta vergonha que sentia meus olhos arderem.

— Para com essa bobagem. Eu gostei de beijar você. — olhei pra ele de canto e ele parecia estar falando a verdade, mas ainda assim não me confortava.

— Por favor. — pedi e como resposta tive um suspiro e meu corpo puxado.

Chanyeol estava me beijando outra vez. Dessa vez com seu corpo sobre o meu.

Afundei meus dedos em seu cabelo e aproveitei daquele contato, nossos corpos não podiam ficar tão juntos por conta da barriga que ele cuidava para não se apoiar, mas eu queria tanto tê-lo mais para mim.

Assim que o beijo terminou, eu fiquei ali, deitado, estático com Chanyeol entre minhas pernas.

— Passou sua crise de vergonha? — ele perguntou, passando a mão em minha coxa, o que eu estranhei de leve, mas a essa altura não importava tanta coisa estranha.

— Uhum. Agora eu vou ter uma crise existencial como todo o adolescente.

— Vai não, você vai ficar quietinho aqui como sempre, eu vou tomar um banho e depois vamos ver um filme e mais tarde você vai comer mais pra alimentar esse bebê.

— Chanyeol.

— Que?

— Eu quero duas coisas. São desejos de gravidez. — fiz bico.

— Se der eu faço, o que é?

— Chocolate e... Sexo. Sério, eu preciso muito. — senti minhas bochechas pegarem fogo, mas falei da mesma forma.

— Do chocolate ou do meu pau? — perguntou sarcástico.

— Aish, por que você é assim? Quer saber, não quero nada, não sei nem porque falo com você. Ah é, porque estou trancado com você aqui, só por isso. Que raiva que eu tenho disso. — falei bravo já sentindo as lágrimas escorrerem por meus olhos.

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