Como vocês devem imaginar, eu, assim como muita gente, sofria altos bullens na escola. Afinal, eu era gordo, usava óculos, era nerd, não sabia (nem gostava) de brigar e tinha problemas de socialização, 5 motivos para mexerem comigo.
E sinceramente? Hoje em dia vejo que não mudaria muita coisa caso eu fosse para uma faculdade pública (obrigado painho e mamai por pagarem uma particular), já que hoje o pessoal de humanas de lá são tão chatos que me odiariam só pelo fato de eu ser HOMEM, HÉTERO, CAUCASIANO e de CLASSE MÉDIA.
Mas, discussão política à parte, lembremos de um momento muito peculiar nessas surras que eu levava.
Eu estava fugindo de um grupo de valentões fazia alguns minutos, eu era surpreendentemente rápido pra um gordim.
Eu virei uma esquina e pulei uma cadeira de cimento dessas que tem em praça, e sabe o que aconteceu?
Eu pulei e só vi um bueiro, caindo com tudo nele.
Pra minha sorte, era um bueiro pequeno, feito para instalarem um leitor de água no local, ou seja, não me quebrei... Tanto.
Quando eu pensei em gritar de dor, eu só ouvi "Pega a baleia! Pega a baleia!"
Eu olhei pra cima e vi alguns deles pulando, eles passaram direto e por sorte não olharam pra baixo.
Eu só lembro de dar uma de desenho animado e só coloquei os olhos pra fora, olhei pro lado, olhei pro outro e peguei algo pra cobrir a entrada do bueiro.
Esperei e ouvi eles voltando, decepcionados por eu ter "despistado" eles. Esperei eles irem embora e uns 10 minutos depois eu saí do bueiro sozinho.
E que fim deu isso? Fui pra casa finalmente berrar toda a dor que acumulei e passei mertiolate, detalhe, era na época em que ardia. Depois fui fazer coisas de criança e a vida continua.
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Contos do Tio Trendes
Non-FictionVou compartilhar de minhas experiências de vida com vossas mercês