Aquela tinha sido a briga mais feia que eu e Jimin tivemos. Por pouco não acabei levando um vaso de plantas na cabeça. Não queria admitir, mas tudo o que eu mais queria era terminar logo com ele, nosso relacionamento agora era constituído apenas por brigas e conversas frias. Porém, não poderia terminar um namoro de três anos em meio à uma briga daquelas, queria que nós dois estivéssemos de cabeça fria. Tal pensamento me levou até a praia a alguns quilômetros do meu apartamento, ouvir o barulho das ondas e observar o céu noturno me fariam pensar melhor. A brisa calma e o cheiro do mar me relaxaram instantaneamente assim que pus os pés na areia branca.
Passei cerca de uma hora sentado na areia, olhando para o limite entre o céu da noite clara e o mar. Não queria queria ter que voltar para casa e ter que juntar cacos ou lidar com um síndico enfurecido pelos barulhos. Também não queria outra multa por fazer barulho depois das dez enquanto estivesse com a carteira vazia. Então permaneci ali, ouvindo o som das ondas quebrando na praia e do choro vindo de algum lugar ali perto.
Espera aí...choro?
Minha mente já calma se agitou novamente em curiosidade. Pensei, no primeiro momento, que era apenas impressão, até porque não havia motivos para alguém vir até a praia a essa hora da noite lamentar suas mágoas, havia? Ao ouvir aquilo pela segunda vez resolvi tomar alguma atitude, afinal podia ser alguém machucado ou em perigo.
-Tem alguém aí? - Falei alto para que minha voz sobressaísse o som do mar, que parecia ter se agitado nesse meio tempo.
Olhei para os lados e vi uma movimentação estranha na vegetação alta mais próxima à água, ao passo que o choro cessou.
-Quem está aí? - Perguntei novamente, chegando perto daquilo que se parecia com uma moita.
O que eu estava fazendo? E se fosse um bandido ou um maníaco tentando chamar a minha atenção para depois me sequestrar e roubar meus rins? Ou talvez fosse só uma criança assustada perdida dos pais. Por precaução, peguei uma pedra grande e fiquei em posição de ataque para caso a tal pessoa resolvesse me matar. Um soluço poder ser ouvido em meio àquele matagal e eu resolvi acabar com aquilo.
Tomei coragem e avancei no mato. Quando tentei dar mais um passo, senti meu pé se chocar com algo duro demais para uma planta e macio demais para uma pedra. Olhei para baixo, receoso, e o que encontrei não era uma pessoa, pelo menos não uma do tipo que eu esperava encontrar durante a vida. Sua pele tinha um tom muito branco, eu diria que era albino se não fosse por seu cabelo negro. A boca rosada contrastava com a pele e os olhos, que eram brilhantes e da mesma cor do cabelo. A estranheza vinha do seu pescoço, que possuía três guelras de cada lado, e de suas canelas, que tinham escamas azuladas. O pior de tudo era um enorme corte localizado entre o joelho e o calcanhar esquerdo.
Querem mais detalhes? Bom... "Aquilo" estava nu.
-Eu só posso estar louco! - Chacoalhei a cabeça e olhei novamente para a figura estranha à minha frente.
O humano -que parecia metade com um peixe- me olhava assustado, e seu rosto contorcido e inundado por lágrimas demonstrava sua dor. Minha imaginação era fértil, mas algo tão detalhado como aquilo parecia real demais para ser fruto de minha mente. Esse pensamento logo se fortaleceu no que eu cutuquei levemente o pé do menino estranho. Ele se retesou ainda mais e soltou um gemido e dor.
-O que é você?
O corte em sua perna sangrava muito e estava sujo com a areia da praia. Me admirava o fato dele ter conseguido se locomover tão rápido até ali. Seus olhos estavam presos à mim, curiosos e assustados. Passei a mão pelos cabelos, indeciso. Aquele garoto precisava de ajuda, mas o que alguém como eu poderia fazer? Levá-lo a um hospital ou chamar a polícia definitivamente não era uma boa ideia, não naquele momento.
-Ok, de onde você é, carinha? -Falei e me agachei a sua frente.
Ele continuou parado, me olhando e tremendo.
-Você fala?
-F-fala...? -Balbuciou
-Isso, falar. -Desisti ao ver que sua expressão confusa não tinha mudado- Ótimo, além de estar machucado não sabe falar! Parabéns, Jungkook, sua sorte é admirável!
Eu podia deixá-lo ali e ninguém iria notar, talvez outra pessoa aparecesse e o ajudasse, eu não precisaria me incomodar. Contudo, eu ainda tinha um coração, bem mole por sinal, e ele não deixaria minha consciência em paz se eu virasse as costas para o pobre indivíduo à minha frente.
Foi com esse pensamento que fui ao meu carro e procurei algo que pudesse usar como cobertor, achando uma manta verde musgo no porta-malas. Jimin pedira para que eu colocasse ela ali depois de dizer que a cor era sem graça e deixava o objeto feio. Retornei ao local onde o garoto estava. Ele tinha tentado se arrastar para longe, provavelmente achando que eu não voltaria mais, e, ao me ver, começou a choramingar e a tentar andar para a direção contrária.
-Ei, ei! -O segurei pelo braço, senti sua pele gelada, úmida e escamosa. Dei uma olhada rápida e percebi que seus antebraço e alguns pontos de suas costas também tinham aquelas escamas bizarras- Você não pode fugir, vai acabar morrendo!
Ele começou a gritar e a espernear, tentando se afastar. O segurei mais perto de mim e enrolei seu corpo na manta na esperança de que o ato o acalmasse.
-Eu não vou te machucar, está tudo bem.
Felizmente, consegui acalmá-lo o suficiente para que tivesse condições de pegá-lo no colo. Para minha surpresa, o garoto estranho era leve, mesmo aparentando ter quase o meu tamanho. O sangue que escorria de seu ferimento pingava na areia, deixando um rastro até o meu carro.
Colocá-lo no veículo fora deveras difícil. O garoto ficou desesperado ao se ver sendo colocado em um espaço pequeno e desconhecido. Me senti como um sequestrador. Quem passasse por ali iria, provavelmente, ligar para a polícia. Mas que escolha eu tinha? Ele poderia ter fugido de um manicômio e representar perigo para outras pessoas.
Quando já estava devidamente acomodadono banco traseiro do carro, fechei a porta da forma mais delicada possível e entrei no carro, ligando o motor.
-Sinto muito, isso é necessário. -Ajustei o retrovisor para ficar de olho nele.
Já tinha em mente o que faria: o levaria para casa. Jimin que se virasse e encontrasse um jeito de ir para casa sozinho.
Conforme o veículo se locomovia em meio ao caos urbano, o estranho atrás de mim ia se acostumando e esticando levemente o pescoço em direção à janela. Quando tentava se locomover em direção as mesmas, gemia de dor por causa da ferida, já que estava deitado no banco. Logo já estávamos em frente ao meu prédio. Passar pelo porteiro não foi uma tarefa difícil. O homem roncava escorado na cadeira, que por pouco não caía por estar apoiada na parede. Me preparei psicologicamente para enfrentar meu namorado, com certeza ele faria um escândalo por eu estar levando um completo estranho para casa.
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vai flopar lalala
isso aqui ta bem ruinzinho mas eu n consegui me segurar e tive q postar ><
eu queria muito fazer alguma coisa maior do q de costume daí essa ideia pra uma vkook veio e aqui estamos rsrsrsrs
não sei quantos capítulos essa fanfic vai ter, depende muito de até onde minha cabeça vai conseguir ir. Tbm não sei quanto tempo eu vou demorar pra voltar a atualizar por causa da escola, então me perdoem se eu desaparecer
peço q se vc tiver gostado deixe um comentário ou vote, as vezes é bem frustrante ver todo mundo visualizando e nem a metade votar ou comentar
xau
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ocean boy {vkook}
FanfictionAquela ida à praia tinha como objetivo esclarecer suas ideias, porém acabou trazendo mais uma dor de cabeça a Jungkook. {mermaid!au} {slow updates}