Saltei do abismo , confiante de que tudo se iria resolver. Mas o paraquedas não abriu. Quando me consciencializei que iria bater era tarde demais. Já nada dependia de mim. No solo, uma multidão de seres que usam máscaras para transporem os seus sentimentos , prontos a me receber após um salto bem sucedido. Mas o paraquedas não abriu. E aparentemente nenhum destes seres é capaz de perceber o meu estado de aflição ou ouvir os meus gritos constantes de ajuda.
Uma queda de segundos pareceu valer por uma vida inteira. 10 segundos fizeram-me desvalorizar 15 anos. E pensar que tudo isto porque o paraquedas não abriu. Em momentos destes , toda a felicidade te é tirada e a tristeza do que o futuro te reserva consome-te totalmente ao ponto de sentires que os poucos 5.477dias que viveste foram miseráveis.
Não sei se culpe o paraquedas por não ter aberto , ou os seres por nada terem feito , ou a mim por ter caído na ingenuidade de que quando precisasse estaria lá alguém para me amparar a queda.-sss 11/06/2018
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Sem rumo
Teen FictionEm busca das respostas para as perguntas mais complexas da vida. Uma compilação de textos da autoria de uma rapariga banal que usa a escrita como escapatória aos problemas da adolescência.