Alguns termos e suas definições:
Hizan: Chapéu circular popular entre os nortelungos, feito de palha ou bambu, tem por finalidade servir como um guarda-sol nos períodos mais quentes. São utilizados por assassinos e ocultadores de cadáver com o intuito de não serem facilmente identificados. Se inclinado, esconde parcialmente o rosto e as feições mais chamativas do rosto.
Mazu: copo quadrado, muitas vezes raso, popular em todos os Estados da Confederação. É feito de madeira de faia ou madeira de coqueiro, bastante popular entre os apreciadores de bebidas esquentadas como saquê e rouantai.
Caserna: edifício ou alojamento para moradia de soldados, dentro de um quartel, de um forte, etc.
Quimono: vestimenta tradicional nortenha, bastante utilizada entre os séc. V e VI nas províncias mais afastadas das capitais.
Katana: Espada samurai, comumente utilizada por toda a casta guerreira e civil, dado seu fácil manuseio e criação. Até o séc. VII era permitido o porte de armas letais por qualquer homem que assim desejasse. E não era diferente com a Katana.
Norte do 10º Estado, província de Huhou Dan
Forte fronteiriço de Haldandork, frente de batalha setentrional
Segunda metade do séc. V
Pherman voltou com mais uma jarra de saquê.
- Existe algo com que você se importe, vergarn?
O homem, escondido na escuridão das sombras dos candeeiros, observou o próprio mazu vazio. Por um momento Pherman pensou que ele não responderia. O caserneiro serviu mais uma dose fervilhante da bebida fermentada.
- Boa pergunta. - disse por fim.
Pherman sorriu. O vergarn tomou um gole de saquê, mas não disse nada mais.
Os dois homens estavam sozinhos no lado mais escuro e distante do bar, sentados numa espécie de conversa corriqueira que variava entre o inócuo inverno do norte à enfadonha política sulista.
- E eu achei que eu não saberia a resposta. – Pherman comeu uma alga marinada – Descobri agora que sei. Considere essa pergunta como uma das retóricas.
- Então você sabe?
- Poucos homens se importam com alguma coisas nesses tempos.
- O que faz você pensar que eu sou um deles. - continuou.
- Exato. Talvez seja, talvez não. Talvez seja por isso que eu considerei essa pergunta como uma das retóricas: a dúvida, meu amigo, é cruel com os justos.
- Só essa dúvida? – indagou o vergarn, sorrindo de soslaio.
Pherman, o caserneiro do forte Haldandork, sorriu um sorriso desdentado que, de acordo com o próprio, existia devido as infinitas contendas envolvendo álcool e seios.
- Não acha que está na hora de parar? – indagou o caserneiro, lambendo os beiços.
- Com o quê?
- Com o que você faz. – disse simplesmente.
- Já pensei. Mais de uma vez, admito. – o vergarn tamborilou os dedos enluvados na mesa – Mas, o que me surpreende... É como alguém pode perguntar se já está na hora de outro alguém parar com o que faz se esse alguém não sabe o que o outro alguém faz?
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Um Silvo de Esperança
Fantasía"Desde os primórdios dos tempos os homens jogam suas responsabilidades em outros homens. Lembre-se disso: ninguém desejará tê-lo por perto, garoto. Ninguém. Acostume-se à ideia, ao ciclo de servidão que esse ofício maldito o fará carregar. Estarás p...