3. Cinammon & Cigarettes

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(Los Angeles; 11 de maio de 2020, 07:38)

O vôo de volta para casa foi tranquilo.

Depois de cinco meses em turnê, Harry finalmente pararia por alguns meses para descansar. Seus primeiros planos eram ir à Londres, para a casa de sua mãe, mas a reunião que aconteceria dali a quatro dias o impediu de prosseguir com o planejado.

Ele sentia muita falta de Anne e Gemma, de cada refeição que os três faziam juntos, na antiga sala com decoração antiquada e elegante; de cada chá das cinco, na cozinha, em que ele ouvia as melhores e mais sinceras risadas das duas mulheres de sua vida. Ele teria que adiar esse reencontro um pouco, para encontrar aquele filho da mãe, ele pensou.

Hank, seu motorista, entrou com a BMW preta pelos portões de ferro da mansão. O lugar era gigante, havia uma quadra de tênis, uma piscina, uma academia próxima ao deck e um jardim repleto de flores, com uma pequena fonte bem ao centro. A casa de Harry era digna das telas de cinema e se distanciava bastante da realidade californiana modernizada.

Harry notou um carro estacionado em uma das vagas de sua garagem coberta. Era um Mini Cooper branco, que ele deduziu ser de Hank.

Ele tirou suas malas do carro, com a ajuda de seu motorista e subiu as escadas da frente de sua casa. Era uma imensa mansão no estilo vitoriano com toda a parte externa de um tom creme bem claro, com as janelas rústicas marrons em sintonia.

Harry se surpreendeu ao destrancar a porta e dar de cara com duas mulheres sentadas no sofá, olhando para ele com sorrisos que mal cabiam em seus rostos. Anne e Gemma estavam ali, ele nem conseguia acreditar.

"Meu Deus!" Ele gritou, empolgado, soltando sua Gucci preta e sua mala no chão. "Eu não acredito que vocês estão aqui! Que saudade." Falou, enquanto abraçava forte sua mãe, deixando beijos por todo seu rosto, logo depois.

"Oi, meu amor." Anne manteve as mãos no rosto do filho, admirando ele de perto, face a face, depois de tantos meses encarando uma versão pixelada dele.

"Como vocês...?" Ele disse ao alcançar a irmã.

"Surpresa, bebezão." Gemma disse, depois de estalar um beijo em sua bochecha.

Mesmo depois de anos, Gemma ainda o chamava como quando eram crianças, bebezão. Aquele era o apelido que Harry mais gostava de ouvir vindo dela. Os outros -Pé Grande, Garilbaldo, Princesa, Jaggie- nem se comparavam com aquele. Não se comparavam com o fato de que, quando ele ouvia, se sentia inteiramente protegido pela irmã. Ele sabia que ela sempre cuidaria dele, que lhe apoiaria e lhe sustentaria quando tudo parecesse impossível de suportar.

Foi exatamente isso que Gemma fez, cinco anos antes.

Quando Harry estava jogado no chão gelado de sua casa, em Los Angeles, após mandar o homem que acreditava ser o amor da sua vida sumir para sempre, Gemma apareceu. Era justamente dela que ele precisava naquele momento. Ela tinha os melhores conselhos, as melhores piadas quebra-clima, mas ela conseguia ser ainda melhor para compartilhar o silêncio de um coração partido.

Eles ficaram um longo tempo apenas sentados no chão. Harry derramando todas as lágrimas que poupara quando Louis estava frente a frente com ele, contando o que ele tinha feito na noite anterior, as lágrimas que teimavam em se acumular no canto de seus olhos durante a briga dos dois, a última briga. Gemma afagou o cabelo do irmão e ele acabou dormindo em seu colo. Ela não quis o acordar e os dois dormiram abraçados, no tapete macio da imensa sala de estar de Harry.

"Eu amo vocês." Ele disse ao voltar do quarto, depois de guardar as malas.

"Meu Deus, você tá mais fofo que nunca." Gemma brincou.

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⏰ Última atualização: Jan 17, 2019 ⏰

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