QUEM MATOU MARINA?

01 - A morte de Marina

Eu lembro como se fosse hoje, Marina saindo pela porta como todos os dias ela fazia para ir ao trabalho, papai e mamãe brigando, nunca poderia imaginar que aquela seria a última vez que iríamos vê-la viva.

Já não sabíamos mais nada sobre ela, o que ela fazia, com quem andava ou se estava bem. Ela tornou-se uma garota solitária de uma hora para outra, o sonho dela era tirar minha mãe e eu dessa casa, e livra-lá dessas agressões constantes que vinha sofrendo de meu pai.

Eu não sei como tudo aconteceu, mas naquela mesma noite, sentada no sofá ouvindo música enquanto meu pai assistia o noticiário e minha mãe terminava o jantar, recebemos a pior notícia de nossas vida.

O policial apertou a campainha, logo eu atendi, ele pediu para falar com meus pais, minha mãe correu preocupada, meu pai ficou com medo, quando ele disse:

- Vocês são os países de Marina West?

- Sim, eu sou o pai dela! - Meu pai já sentia algo.

- Encontramos uma garota em um lago na floresta, e nos documentos constam Marina West - Aquelas foram as piores palavras.

Até então, eu nunca tinha visto minha mãe chorar como naquele dia, fomos reconhecer o corpo, ela estava tão diferente, tudo que eu queria era a minha irmã de volta. Ela tinha tanto o que viver, e alguém tirou a vida dela. Ela era quem nos dava força para suportar tudo isso.

Meu pai ficou bastante abalado com o que aconteceu e nos prometeu que a partir daquele dia ele iria mudar e tentar ser uma pessoa presente em nossas vidas, e que não ia mais agredir minha mãe.

A policia disse que iria investigar a morte dela, passou uma semana, três, um mês, dois meses e nada, nenhuma palavra da polícia que nos pudesse confortar, tudo o que eles diziam é que o caso está sendo investigado, estavam juntando provas.

Foi então que decidi que não ia ficar parada vendo o culpado da morte de minha irmã solto pelo mundo, enquanto cada vez mais a memória dela estava sendo esquecida. Eu prometi no caixão dela que eu ia descobrir quem a matou, nem que seja a última coisa que iria fazer na vida, mas eu vou descobrir.

Depois de alguns meses tudo voltou ao normal, meu pai já tinha ficado bêbado e agredido minha mãe de novo, eu decidi fazer tudo o que Marina fazia, implorava minha mãe que fosse fazer uma denúncia contra ele, mas ela sempre dizia que não, que ele ia mudar. Aquilo estava alimentando um ódio dentro de mim.

Acordei de manhã tomei um banho, nem tomei o café da manhã, fui ao local de trabalho de Marina, ela trabalhava em um Café, nesse mesmo local trabalhava sua amiga Lucy, talvez ela pudesse me ajudar com algo.

Cheguei no café sentei e pedi para ser atendida por ela, quando ela chegou para saber o pedido eu pedi que sentasse para conversarmos um pouco, então ela disse:

- O que você quer garota?

- Preciso entender como tudo aconteceu - Eu pedi que ela me contasse o que sabia.

- Esse é o trabalho da polícia!

- Mas enquanto o tempo passa e eles não resolvem nada, a memória de minha irmã está sendo esquecida.

- Eu irei descobrir quem a matou, e você pode me ajudar -Ela percebeu que eu estava disposta a descobrir toda a verdade, eu vi no seu olhar que ela sabia de algo, eu senti, foi então que eu disse:

- Como era o dia-a-dia de vocês aqui?
- Normal, chegava um cliente fazendo o pedido uma de nós atendia e pronto, isso ia até terminar o dia.
- Você percebeu algo de estranho nela, nessas últimas semanas de vida?
- Não muito, desde que Marina saiu daqui não tivemos muito contato.
- Como assim Marina não trabalhava mais aqui?
- Porque ela nunca nos disse nada que tinha saído daqui?
- Não sei!
- O que sei é que ela tinha um namorado bem estranho.

Marina nunca tinha falado que estava namorando, foi então que eu pedi o contato dele, e por sorte ela sabia onde ele morava e me passou o endereço, quando eu ia saindo do café percebi a forma alterada que o chefe falou com Lucy, isso foi bem estranho.

Chegando lá eu bati na porta, ninguém apareceu então decidi esperar. Já tinha passado muitas horas eu precisava ir embora, estava desistindo naquele dia, mas com a certeza de voltar.

Quando chego em casa mais uma daquelas discussões de meus pais, eu já não sabia o que fazer, sentia muita pena de minha mãe, porém ao mesmo tempo me sentia acuada como ela, Marina era forte o suficiente para resolver essa situação.

Eu tomei um banho, comi alguma coisa e me deitei, comecei a pensar sobre esse namorado, e porque ela não nos contou, o que ela estava escondendo, eu tinha que encontrar esse homem.

No outro dia fiz a mesma coisa, levantei cedo, tomei um banho e fui direto para o endereço do suposto namorado de Marina, dessa vez para minha sorte, avistei de longe quando um homem alto, branco e forte ia saindo da casa fumando um cigarro, foi então que eu me aproximei e perguntei se ele podia conversar.

- Sobre o que se trata a conversa?-Eu fui curta e grossa na resposta.

- Sobre Marina a sua namorada!
- Ela não era minha namorada!
- Não adianta esconder eu já sei que vocês tiveram um relacionamento - Ele percebeu a minha angústia, apenas pelo olhar.

Foi então que me convidou a entrar, a casa dele é bem pequena, uma cama, um fogão e uma mesa. Fui direto ao ponto, perguntei sobre Marina e se ele sabia algo que pudesse me ajudar.

- Olha não posso te ajudar muito, nas últimas semanas de vida dela já não estávamos mais namorando.
- Mas porquê?
- Eu descobri que ela estava me traindo com um cara mais velho e rico.

Eu fiquei em choque com o que ele me dizia, nunca poderia imaginar essas coisas vindo de minha irmã.
Ele continuou falando.

- Marina era viciada em cocaína, assim como eu, estávamos devendo um dinheiro a um traficante, ela temia o que pudesse acontecer.
- Então foi esse traficante que a matou?

Fiquei com o coração na mão, mas logo ele disse que não foi esse traficante, porque a dívida foi paga por Marina, mas tinha uma coisa que o entrigava, como Marina conseguiu todo aquele dinheiro, foi então que ele descobriu do homem mais velho.

Perguntei como eu chegaria a essa pessoa, ele disse que não o conhecesse mas a amiga de Marina do café sim, mais uma vez eu tinha que conversar com ela, que estranhamente não me contou nada disso quando fui lá.

PRÓXIMO CAPÍTULO SEXTA ÀS 15:00 HORAS.