único

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ombros largos expostos, pendurados junto com o resto dos membros do corpo, posto num vestido preto, em um quadro de moldura dourada.

uma obra de arte tridimensional.

ela tem sentimentos bordados por trás da tinta, brilho nos olhos talhados e palavras espalhadas em sua contemplação. mas ninguém pode ver isso.

o que os olhos não vêem, o coração não sente.

de noite, ela sai, sem precisar fingir ser de mentira. o museu não é amigável; o resto das coisas não se mexem. é um pouco triste.

de dia, começa tudo de novo. e seu coração não bate.

dói.

essa obra de arte tridimensional sou eu.

a tridimensionalidade do coração.Onde histórias criam vida. Descubra agora