Capítulo Único

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©Essa história foi escrita por Kaline Bogard sem fins lucrativos, feito de fã para fãs. Cópia parcial ou total, assim como o uso do enredo, está terminantemente proibido. Plágio é crime.

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Importante: antigamente eu postava algumas histórias com o nick de "Felton Blackthorn". Então se você ver esta história postada como "Felton Blackthorn", saiba que é o meu perfil também!

Atualmente ando postando nos perfis oficiais "Kaline Bogard", mas ambos pertencem a mim! :D

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Então é isso. Grimmauld Place. O local que antigamente era usado como a base da Ordem da Fênix. Que tristeza me dá vê-la neste estado. Sim, tristeza. Porque tenho más recordações dos tempos em que a Ordem se reunia aqui, mas também tenho boas memórias. Lembranças agradáveis que em certo ponto do caminho me deram forças e me ajudaram a continuar.

Mesmo agora, parado aqui em frente, me pergunto da sensatez do que estou prestes a fazer. Pensando bem, me sinto um tanto infantil...

Devo recuar? Não. Dei minha palavra, e não há arrependimentos. Eu estava certo, desde o começo. Esta velha intuição dificilmente falha. Isso seria motivo para sorrir?

E aqui estou, protelando, enrolando...

O jornal em minhas mãos parece pesar uma tonelada. Tenho que ser sincero comigo mesmo. Estou ansioso...

Vamos lá. Ele me espera.

Depois que vencemos a guerra Grimmauld Place foi abandonada, quase esquecida. Não me espantei quando Harry me afirmou que o Segredo do Fiel era o mesmo. Ainda tenho acesso.

O estado de destruição da sala de entrada reflete a decadência do exterior. O que antes ostentava luxo e orgulho, hoje não passa de um monte de móveis quebrados. De boa qualidade, mas quebrados. Cortesia de Fadas Mordentes e Bichos Papões que agora se esgueiravam por ali.

A camada de poeira espalhada pelo assoalho é impressionante. A ausência de pegadas me diz que ninguém vem aqui há um bocado de tempo... A não ser que aquele rastro logo à esquerda conte como 'pegadas'...

Tenho a sensação de que vou sufocar. O ar está denso, pesado, agride meu olfato. Porém não há necessidade de abrir as janelas e deixar ar puro entrar. Meu objetivo ali é bem definido. Entrar, falar com ele e sair. O tempo é precioso.

Respiro de leve enquanto observo a escada. Os anos não pouparam a madeira cara. Não parece nem de longe segura, tenho a impressão de que os degraus irão ruir assim que colocar meus pés sobre eles...

Paciência. Riscos existem em qualquer situação.

Caminho devagar, pra não levantar poeira demais. Estou quase chegando à escada quando vejo uma porta quebrada ao lado. Cedo a tentação de espiar. A cozinha.

Céus!

A destruição lá dentro é impressionante. Parece que uma festa daquelas foi dada por uma família de Troll bêbados. Que pena. Não fiz nada para impedir o tempo e o abandono de fazerem seu trabalho, por isso não tenho direito de lamentar...

Mas lamento mesmo assim.

Pois de todas as boas memórias, as passadas na cozinha são, de longe, as mais acalentadoras, as mais doces...

De repente a pressa me abandona, a ansiedade me abandona. Porque não dedicar aqueles poucos segundos às minhas memórias, se é justamente por tudo o que aconteceu aqui, que retorno hoje?

Apoio-me displicente no batente da porta. A essa altura parece ser a única coisa um pouco mais resistente. Meus olhos observam o que restou da grande mesa... Os entulhos que antes eram os armários, a despensa e o fogão... Nem a cristaleira que guardava finos cristais foi poupada. Na época da Ordem as coisas já eram ruins. Agora, eram apenas ruínas.

Kizuna (Drarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora