Quando a Liderança fere o povo

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Hoje em dia os Pastores usam o púlpito para ferir as ovelhas. Vemos uma grande diferença nos ensinamentos de Jesus e no seu exemplo deixado como Bom Pastor, pois ele é o nosso bom Pastor. Hoje vemos em muitas igrejas o Pastor se colocando como autoridade máxima da igreja esquecendo que a igreja não é dele a igreja é do Senhor.

Em (Hebreus 13:17), há uma implicação a cerca da prestação de conta das almas, muitas pessoas feridas pela liderança seja o Pastor ou qualquer outro líder do Ministério, usam de interesses pessoais ou financeiros para ferir estas pessoas que acabam abandonando o evangelho e voltando a prática mundana...

Tenho aprendido em meu ministério que não devo desprezar ninguém, e devo ter muito zelo com qualquer pessoa que Deus enviar aos meus cuidados...

Como saber quando ficar, e quando sair de algo que está me fazendo tão mal?

Na verdade, só teremos esta resposta através da oração. Deus fala através de nós, de pessoas e de circunstâncias.

Há casos que se deve permanecer por orientação de Deus, para poder tratar alguém do Ministério, membro ou até mesmo o Pastor.
E há outros casos que devemos tirar a poeira das sandálias e sair para outro lugar. 
Ficar em um lugar onde é oprimido constantemente, e onde se está morrendo espiritualmente é muito perigoso, pois pode te levar a uma grande depressão e até mesmo pode te fazer desviar.

Devemos estar lendo a palavra, orando e jejuando para poder suportar estas opressões dentro da Igreja.

Há uma frase que é sempre repetida pela Liderança, que conota falta de conhecimento e uso errado da unção dada por Deus que é,  "Não toqueis no Ungido do Senhor" frase baseada em (1Samuel 24:6)

Nossos líderes espirituais merecem todo nosso respeito e confiança, e devemos acatar a autoridade deles – enquanto, é claro, eles estiverem submissos à Palavra de Deus, pregando a verdade e andando de maneira digna, honesta e verdadeira.
Quando se tornam repreensíveis, devem ser corrigidos e admoestados. Paulo orienta Timóteo da seguinte maneira, no caso de presbíteros (bispos/pastores) que errarem:
"Não aceites denúncia contra presbítero, senão exclusivamente sob o depoimento de duas ou três testemunhas. Quanto aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os demais temam" (1Timóteo 5:19-20).

Os "que vivem no pecado", pelo contexto, é uma referência aos presbíteros mencionados no versículo anterior. Os mesmos devem ser repreendidos publicamente!!!

Mas, o que chama atenção mesmo é a seguinte constatação. Nunca os apóstolos de Jesus Cristo apelaram para a "imunidade da unção" quando foram acusados e perseguidos pelos próprios cristãos. O melhor exemplo é o do próprio apóstolo Paulo, ungido por Deus para ser apóstolo dos gentios. Quantos sofrimentos ele não passou nas mãos dos cristãos da igreja de Corinto, seus próprios filhos na fé! Reproduzo apenas uma passagem de sua primeira carta a eles, onde revela toda a ironia, veneno, maldade e sarcasmo com que os coríntios o tratavam:

"Já estais fartos, já estais ricos; chegastes a reinar sem nós; sim, tomara reinásseis para que também nós viéssemos a reinar convosco.
Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens.

Nós somos loucos por causa de Cristo, e vós, sábios em Cristo; nós, fracos, e vós, fortes; vós, nobres, e nós, desprezíveis.
Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez; e somos esbofeteados, e não temos morada certa, e nos fadigamos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Quando somos injuriados, bendizemos; quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, procuramos conciliação; até agora, temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos.

Não vos escrevo estas coisas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos meus amados. Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus. Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores" (1Coríntios 4:8-17).  

Por que é que eu não encontro nesta queixa de Paulo a repreensão, "como vocês ousam se levantar contra o ungido do Senhor?" Homens de Deus, os verdadeiros ungidos por Ele para o trabalho pastoral, não respondem às discordâncias, críticas e questionamentos calando a boca das ovelhas com "não me toque que sou ungido do Senhor," mas com trabalho, argumentos, verdade e sinceridade.

"Não toque no ungido do Senhor" é apelação de quem não tem nem argumento e nem exemplo para dar como resposta...

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