SEVEN

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MÁS INTENÇÕES CAUSAM RUGAS
Lewandowski

Certo tio ultimamente não havia tido ideias muito fraternas, ele esteve quebrando todos os limites da decência enviando mensagens provocativas ao sobrinho, um pobre e inocente garoto menor de idade. Mas calma! Ele não estava fazendo isso por simples diversão ou algo do tipo, fora tudo algo bem planejado e com um forte ideal.

Os pais de Robert, Amelia e Adolph, não muito contentados apenas com o edificativo filho que tinham, decidiram de maneira inapelável que queriam ter um segundo filho, mas, como nem tudo na vida são rosas houve um porém. O parto de Robert fora na realidade um parto de risco, o que terminantemente impediu Amelia de ter um segundo filho, ela bem que tentou por algumas vezes, mas o resultado sempre fora deprimente. Sendo assim, decidiram por fim adotar uma criança, no caso, Georgie.

No começo os pais bem que conseguiram convencê-lo de que Georgie tinha sido trago pela cegonha, assim como ele fora trago, mas Robert definitivamente não era como o restante dos garotos de sua idade. Com apenas sete anos já havia ganhado cinco competições junior de soletração e participado de duas peças teatrais, fora também o fato de que foi o primeiro aluno de sua classe. Daí já dá para imaginar que não era qualquer mentira que conseguiria driblar a mente do garoto.

Anos mais tarde o inevitável aconteceu, Robert acabou por descobrir a real origem de Georgie, e era um período difícil para ele, parecia que seus pais gostavam mais do garoto orfão do que dele, e aquilo fez com que se tornasse um garoto odioso, e mais tarde sendo ao invés de um garoto dócil e instruído, um verdadeiro empecilho na família.

Aos doze anos Robert foi posto em um colégio interno, o mesmo por onde passara toda a sua adolescência. E em casa, feliz sobre o carinho e a proteção dos pais, Georgie, o ladrão e usurpador, assumia o lugar que pertencia a ele por direito. Isso não ficaria assim, Robert jurava a si mesmo todos os dias, e bem, ele esperou por muito tempo para ter sua vingança, mas agora sua hora havia finalmente chegado.

Sobre a mesa de jantar, agora, Robert finalmente se deu conta de um detalhe óbvio nessa história toda. Eles eram tão diferentes. Robert sempre teve cabelos castanhos e olhos azuis exatamente como os pais, já Georgie, ele não, ele era muito loiro e tinha olhos verdes. Nenhum traço de familiaridade havia entre os dois.

— O jantar está impecável. — Elogiou ele, deixando Annie toda cheia de orgulho.

— Ah, obrigada, você é sempre tão gentil, Robert.

O homem sabia bem que a mulher tinha seu apelo por estrelismo e um elogio era algo que a faria subir às nuvens.

— Então, como o Marco vai na escola? — Casualmente, Georgie perguntou. O garoto ao seu lado engasgou-se com a comida e deu um longo gole de água, todos na mesa, incluindo Robert, o encaravam de cenho franzido.

— Bem, Marco é um bom aluno. — O garoto o olhava diretamente com uma expressão de cumplicidade. — Deve ter puxado ao pai. — Acrescentou.

Georgie sorriu agradecido, ele realmente não desconfiava do ódio que estava encravado no coração de Robert.

— Ultimamente Marco tem estado com a atenção muito presa ao celular — Anne comentou e Robert engoliu uma risada.

Tal mãe, tal filho – ele pensou, embora estivesse consciente de que era sua culpa o garoto estar comportando-se assim.

No fim da janta, Robert ofereceu-se para levar as louças do jantar como o bom irmão que ele era, seu sobrinho estava na sala de estar com Georgie. De repente, ouviu-se um barulho como algo atingindo o chão, e de imediato ele soube do que se tratava.

Voltando à sala de estar, notou que Marco havia subido, provavelmente perplexo com o presentinho que o tio o havia deixado em seus livros. Sorrateiramente retirou seu celular do bolso, esperando por algo.

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