UMA NOITE ESCURA
ReusEram 08h da noite em ponto quando o garoto loiro e alto atravessou a Luisenstrabe, subindo os degraus da entrada do anfiteatro parte do Shopping Center THIER-galerie. Ele usava um casaco preto de couro falso por cima de um suéter de Cashmere cinza e jeans escuro. Não sabia se estava vestido adequadamente ao evento, mas fora a roupa menos suspeita que conseguiu encontrar em seu closet.
Ele teve de sair apressadamente de casa para livrar-se das inúmeras perguntas de seus pais. E no caminho, enquanto tomava um táxi, ligou para Mario Götze, seu melhor amigo para lhe dar cobertura caso os seus pais ligassem. Era o que os amigos faziam uns pelos outros. Mas não que o garoto também não tenha lhe bombardeado com perguntas.
Marco estava apreensivo. A noite estava fria, mas ele podia jurar que estava suando por debaixo do agasalho. Ele parou no hall de entrada, onde um homem simpático recolhia os bilhetes e encarou a tela do iPhone uma vez mais. Não havia uma resposta sequer desde a última conversa um dia antes.
Mesmo sentindo-se um pouco desapontado, seguiu a fila e entregou o bilhete, tendo a autorização para entrar.
Tinha muita gente ali e ele não conseguiu controlar o desapontamento em estar sozinho no meio de tantas pessoas. Ele sentou-se em uma cadeira na primeira fileira, sentindo o coração martelar no peito, vez ou outra perguntando-se se estava realmente fazendo a coisa certa.
Ele olhou em volta e seus olhos automaticamente identificaram um rosto familiar. Era o seu tio grandão, Robert Lewandowski, e estava acompanhado por alguém. E esse alguém era relativamente um homem.
Marco franziu a testa, e o tio, quando lhe encontrou, fez exatamente a mesma coisa, surpreso. Ele caminhou com o seu acompanhante até o garoto.
— Marco?
— Eh… oi, tio! — O rapaz disse em resposta, sem jeito.
— Seus pais sabem que está aqui?
O garoto pensou por um instante. Ele tinha de mentir por segurança, mas por outro lado, sentia que podia confiar no tio. Tão ingênuo!
— E-eles sabem — decidiu por fim mentir, mas logo depois percebeu o quão horrivelmente mentia mal. Nem mesmo ele sentiu convicção no que disse.
— Ah — o homem lhe olhava com uma expressão nublada —, e está sozinho?
— Estou esperando alguém.
Quando percebeu que fora um erro falar aquilo, já havia escapado por entre os dentes, não havia como voltar atrás. Não era como se fosse uma mensagem que escrevemos para um ex e em seguida, arrependidos, a excluimos antes de enviá-la. E agora ele estaria encurralado se o tio resolvesse esperar por esse alguém junto dele.
— O espetáculo irá começar. — O homem ao seu lado lhe disse particularmente, interrompendo-os.
Ele virou-se para Reus.
— Vou estar na segunda fila se precisar.
— Ah, obrigado.
Após um gesto de sorriso no rosto, eles o deixaram em paz. Marco queria morrer ao invés de estar alí, era possível que a pessoa das mensagens tivesse lhe enganado, o que não fora algo muito legal. Tomado pela emoção, ele retirou o seu impecável iPhone do bolso interno do casaco e foi para um específico APP de mensagens.
Eu: Me desculpe, mas não posso ficar aqui.
Ele levantou-se em seguida, tropeçando nos próprios pés, seguindo rumo à saída, com os olhos ardendo. Grande parte dele pedia para acalmar-se e voltar lá para dentro e assistir decentemente o espetáculo, outra bem maior pedia para ele simplesmente esquecer tudo aquilo e ir para casa. O que estava pensando? Aquilo não seria uma história romântica, porque histórias românticas não existem na vida real.
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Bela Vingança
FanfictionO amor nunca foi uma questão muito considerável para Reus, era mais fácil não acontecer do que o contrário. Foi então que inesperadamente começou chegar mensagens de um desconhecido, uma pessoa que da noite para o dia passou a fazer parte de sua vid...