Manchester, 18 de Fevereiro, Terça-feira, 2013
Após ele ter desaparecido eu corri para o meu carro e sai dali o mais rápido possível... Enquanto conduzia, só pensava nos seus olhos totalmente pretos e no seu sorriso malicioso... Harry. Ele disse que sabia tudo sobre mim, fazia-me perguntar para mim mesma há quanto tempo é que ele me perseguia... Mas a questão principal era: Porque é que ele me perseguia?! Quando cheguei a casa, vesti o pijama, tranquei a porta, e limitei-me a ficar deitada na cama, com a luz acesa a olhar para o teto. Não conseguia parar de pensar. Comecei a chorar frenéticamente. Primeiro, porque de repente senti um aperto no coração de saudades dos meus pais biológicos, segundo porque... Por causa dele. Enquanto chorava, beliscava o meu braço e murmurava ''Acorda, acorda! Isto tudo é um pesadelo!''. Mas não. Era mesmo real, tudo o que eu estava a viver... Decidi apenas fechar os olhos e dizer para mim mesma...
- Mãe ajuda-me... Não sei o que se passa... Preciso de ti mais que nunca. - Murmurei.
Ganhei coragem para apagar a luz e adormecer... Estava cansada. Só queria dormir e cair num sono mesmo profundo...
(...)
Tinha acordado. Olhei pela janela e ainda era noite. Em seguida olhei para o meu telemóvel para ver as horas, eram 04:23. Levantei-me um pouco zonza e fui até à cozinha para comer alguma coisa. Peguei numa fatia de pão, na caixa da manteiga e numa faca. Comecei a ter uma péssima dor de cabeça, largando a faca e deixando-a cair no chão.
- Estou mesmo mal, raios! - Exclamei, enquanto metia as mãos na cara.
Harry: Pois estás. - Disse uma voz vindo de trás de mim.
- AHN?! Eu tenho a porta trancada, como é que entraste aqui?! - Exclamei, apontando-lhe a faca.
Harry: Tenho uns truques na manga.
- Eu ainda não percebo o que raio tu queres de mim!
Harry: Ainda não te posso contar apesar de querer. - Afirmou. - E apesar de o querer fazer... - Disse, aproximando-se de mim, afastando o cabelo da minha cara.
Fazer o que?! Eu estava super perdida além de furiosa!
- Há quanto tempo andas atrás de mim anormal?! - Exclamei, afastando-o com a faca.
Harry: Bem... Desde que eras assim. - Afirmou, enquanto sacava do seu bolso uma foto minha com 7 ou 8 anos, com os meus pais.
- Como é que tens isso?! - Exclamei, arrancando a foto das suas mãos. - Ouve, ou tu começas a dar-me respostas ou eu ligo à polícia!
Harry: Se ligas arrependes-te. - Afirmou. - Aproveita a sorte que tens por agora.
- Sorte?! Vês alguma sorte na minha vida neste momento?! - Exclamei, começando a chorar.
Comecei a chorar imenso, mais uma vez. Ele olhava-me sem pena, parecia não ter remorso do que fazia.
Harry: Não sejas dramática. - Afirmou, agarrando-me brutamente por um braço.
- O que é que tu és...? - Perguntei, com uma voz bem baixa.
Não respondeu. Mas de repente, os seus olhos mudaram de cor outra vez, os seus caninos maiores e a sua pele mais pálida.
Harry: Já sabes o que sou? - Perguntou, com uma cara de gozo.
Um... Um vampiro...? Eu estava totalmente louca. Paranóica. Vampiros não existem!
Harry: Quem diria que uma menina se tornasse uma mulher tão bonita. - Afirmou, passando a mão no meu rosto. - És uma tentação, mas infelizmente estou a seguir ordens.