A noite guarda muitos mistérios.
Eu diria que até mesmo muitos enigmas que não conseguimos enxergar. A escuridão costuma esconder coisas que nunca imaginamos, abrigar seres que muitos sequer acreditam ou também omitir algo que nem todos têm necessidade de saber. A noite guarda segredos que vão muito mais além do que nós possamos pressupor.
E aquelas leves sensações de que estamos sendo observados no calar da noite? Sabe, quando sentimos olhares, presenças, calafrios...? Talvez nem tudo seja apenas impressão. Talvez, nesse mesmo exato momento, seja atrás de você ou ao seu lado, tenha alguém ou algo te observando, espreitando silenciosamente.
Quando se fala em escuridão, nenhuma possibilidade deve ser descartada tão fácil, afinal, mesmo que talvez não acredite, o mal ainda se alimenta do nosso medo, porém, a noite não precisa exatamente ocultar apenas coisas más; ela pode esconder em sua intensidade até os prazeres mais insólitos.
Contudo, em último caso, nunca desligue a luz ou feche os olhos se estiver sozinha ou sozinho... nunca se sabe quem te fará companhia no escuro.
[...]A fumaça breve e pertinente do incenso espalhava pouco a pouco um delicioso aroma floral por toda a casa, deixando assim um sentimento relaxante e calmo por todo o ambiente. Era justamente tudo o que eu precisava esses dias.
Ultimamente, a noite vem me deixando hesitante. Hm, como posso explicar...? Ah, sabe aqueles calafrios que percorrem nosso corpo e do nada vem aquele pressentimento e sensação estranha? Isso vem roubando todo o meu sono, e essa maldita insônia está me deixando um pouco estressada e ansiosa demais essa semana.
Era quase meia-noite de sábado, mais um desses monótonos dias em que parece que a palavra dormir desaparece do meu cérebro. Os únicos sons que eu conseguia escutar na casa inteira eram o da minha respiração profunda e lentamente estável, e as irritantes buzinas dos automóveis que vez ou outra ecoavam do ainda movimentado trânsito, devido à pequena fresta na janela.
Apesar de fraca, a luz da lua iluminava brevemente o cômodo através da janela, enquanto o silêncio se fazia presente.
Eu realmente odiava ficar sozinha em casa, principalmente depois que barulhos estranhos e arrastados começaram a brotar do além - talvez literalmente - pelo apartamento, me deixando receosa. Tanto que bastou um toque súbito de meu celular para quebrar o silêncio que dominava o lugar e me fazer arregalar os olhos ao tomar um susto.Respirei fundo e me aproximei do mesmo, pegando-o rapidamente e me jogando sobre o sofá, deixando que minhas costas escorregassem pelo estofado e levando o aparelho até o ouvido.
— Ora, ora, olha quem resolveu dar o ar da graça esses dias. — ditei e fechei os olhos, dando um sorriso mínimo ao ouvir a voz alheia do outro lado da chamada.
— Nossa, Lee Haerin atendendo minhas ligações na primeira chamada... Quem é você e o que fez com a minha amiga?
— Idiota. — ri baixo, ouvindo um riso alto do garoto. — O que houve pra me ligar a essa hora?
— Ah, não pode é? Sei que sentiu minha falta, eu sei, eu sei.
— Não disse nada. — ri baixinho, me levantando do sofá e alongando o corpo ao máximo até ouvir os pequenos estalos de ossos em minha coluna.
— Você tá sozinha em casa, né?
— Por quê?
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Sexual Ouija 《 Jeon Jungkook 》
FanfictionNa hora em que todos dormem, na escuridão em que as sombras habitam, no jogo em que nem todos estão dispostos a se arriscar. Numa simples brincadeira entre amigos, ela sequer imaginaria que, por trás daquele tabuleiro macabro, um dos sorrisos mais m...