Capítulo 1

329 67 2
                                    

Ignorem os erros #Obrigada

Ally

— Isso não está indo muito bem. — Mark toma um gole da cerveja em sua mão e senta ao meu lado. Estou sentada na parte de trás do clube, perto da piscina, enquanto tento fazer sapatinhos de bebês mas como Mark afirmou não está indo nada bem. O sapatinho está parecendo mais um... Bem, acho que não posso identificar o que ele parece, suspiro e deixo que minhas mãos caiam no meu colo. 

— Você tem razão. 

— Eu sempre tenho — reviro os olhos para sua escolha de palavras. Ele sorri claramente nem um pouco incomodado. — Isso é para Suzan? 

— Sim, quero que ela tenha algo de sua avó quando nascer, mas pelo visto, não herdei esse talento dela. 

— Só de você andar em linha reta sem se bater contra a mobília a cada dez quilômetros já é um talento — ele ergue sua sobrancelha antes de tomar outro gole da cerveja. Reposiciono meus óculos no meu rosto, antes de jogar a lã em seu colo e me levantar.

— Eu consigo andar em linha reta!

— A questão é por quanto tempo?! — Mark grita. Mostro meu dedo do meio quando volto para dentro do clube, o ar frio do ar-condicionado traz arrepios para minha pele, e suspiro aliviada. Entro na cozinha a procura de Mandy, e a encontro vazia, mexo nos armários a procura de algo para comer, mas tudo tem me deixado enjoada. Então apenas sento em um dos bancos do balcão e começo a digitar uma mensagem no meu celular para Liam. Quando ele não responde meu peito começa apertar com medo de que possa ter acontecido alguma coisa na missão. Essa é a sua primeira missão desde a recuperação do roubo ao quartel, acho que me acostumei mal com sua presença constante.

— Cadê minha pinguinzinha? — Mark pergunta. Escuto o som da sua voz vindo da entrada do clube e minha vontade é de me esconder debaixo da mesa. — Olha o que temos aqui? — ele me abraça por trás e faz cocegas no meu pescoço. Rosno pra ele tentando sair do seu ataque, mas a reação dele é só rir e tomar mais um gole da sua cerveja. — Você quer comer alguma coisa?

— Não. — Olho para a caixa de mensagem que continua vazia.

— Ele está bem, ok?

— Eu não estou preocupada com ele. — Minto.

— Então porque você não pegou em nenhum livro desde que ele saiu? — Preciso admitir que Mark me conhece como ninguém, mesmo que nosso contato tenha sido depois de muitos anos, ele age como um verdadeiro irmão mais velho.

— Hum, já terminei todos e o meu Kindle está na outra casa. — Bato com meus dedos contra o balcão distraindo sua atenção dos meus olhos.

— Então vamos comprar outros — ele bate a garrafa de cerveja no tampo da mesa e amarra o cabelo em um coque.

— Hum?

— Se minha pinguim quer livros, então vamos dar livros a ela. Não quero minha sobrinha nascendo com cara de livros. — Com essa declaração ele começa a me tirar da cadeira, segurando minha mão até o seu carro, quando chegamos na garagem ele sinaliza para um dos membros do clube que monta na moto e começa a nos seguir.

— Por que você chamou ele? — pergunto colocando o sinto de segurança.

— Michael ainda está a solta e longe do radar de Collin. A última coisa que precisamos é de um ataque surpresa. — Aceno porque não quero continuar falando desse assunto, só fazem quatro meses que Bennet morreu e Michael desapareceu do mapa. Tudo o que aconteceu naquele dia do ataque ainda é bem vivo na minha mente. O som da música listen to your heart da Roxette preenche o silêncio do carro e minutos depois a voz do Mark acompanha. Meu corpo treme com o riso reprimido, e quando Mark nota meu estado ele começa a cantar mais alto em alguns momentos desafinando de propósito. Ele mexe as mãos interpretando, balanço a cabeça quando inclina na minha direção fechando a mão como um microfone, aponto para a direção para que ele fique atento ao trânsito. Puxo uma respiração me sentindo mais aliviada no mesmo momento que meu celular treme com a notificação de mensagem. 

Uma história para Suzan - Silence Angels 1.5Onde histórias criam vida. Descubra agora