Seu perfume invadiu minhas narinas e faz meu corpo estremecer. Mordo o lábio inferior e ele aproxima ainda mais seu rosto do meu.
- Como tiro seu mal humor?-ele avaliou meu rosto e sorriu travesso.-Já sei!
- O que vai fazer, Allan?-perguntei enquanto ele se afastava de mim.
- Vai gostar. Senta aí no sofá, enquanto eu faço aqui.- diz e vai para trás do balcão da cozinha.
Dei de ombros e me sentei no sofá. Vasculhei meu celular e recebi uma mensagem da Lisa avisando que meus pais já sabiam onde eu estava, ou onde eles precisavam acreditar que eu estava. Não gostava muito da idéia de mentir para mais pais, mas eu precisava e um momento feliz nesse dia, nunca fui de namorar, fazer coisas como a Lisa e a Carol fazem. Nunca fui de dançar muito, beber, ir para casa dos meu namorado (que no caso foi só o Scott e me arrependo disso), nunca burlei regras, mas, por algum motivo, eu queria fazer isso com o Allan. Me sinto tão bem com ele, é tudo tão bom que tenho receio que isso seja apenas feito da minha imaginação. Medo de que algo dê errado. Medo de me machucar.
Ouvi o som do micro-ondas apitando e saí do transe (percebi que passo a maior parte do meu tempo pensando, isso é um péssimo defeito. Penso demais...), vi o sorriso do Allan brilhar diante de mim. Em uma mão sua estava uma panela de brigadeiro e na outra um balde de pipocas, seu sorriso era encantador e conseguiu derreter meu coração.
-Resolveu?-perguntou se sentando ao meu lado e sorri.-Parece que sim.
- Ah, Allan. Você é incrível!-beijei sua bochecha.
- Obrigado, agora o que acha de um filme?
-Você quem manda.-digo e ele me entrega a panela de brigadeiro.
Ele vasculha a netflix na TV e opta por assistirmos Lucy, era um filme de ficção científica que parecia legal. Ele apertou o play e me puxou mais para si me deixando apoiada em seu peito.
Passamos o filme inteiro juntinhos e aquilo me fez tão bem, era bom sentir seu calor. Os créditos começaram a passar e pusemos de lado a panela e o balde, que no momento já estavam vazios.
- O filme é ótimo!-digo e seu olhar encontra o meu.
- Sim, foi muito bem feito.-ele acaricia meu rosto com o polegar.-É bom te ver contente.
- Parabéns, conseguiu melhorar meu dia.- sorri e tive a dádiva de ver seu lindo sorriso.
- Comida sempre é a solução.-diz e sua gargalhada grossa e rouca e mistura a minha que é aguda e meiga.
- Quem diria que meu professor seria minha perdição.- falei mais para mim do que para ele, mas ele ouviu da mesma forma.
- Quem diria que a aluna mais incrível iria me dar atenção.-diz com a voz grossa que me faz tremer na base.
Observei seus olhos, eles eram olhos felinos, olhos e predadores. Ele me olhava como um animal indefeso sabendo que poderia me atacar a qualuqer momento e eu não tereis escapatória. Mordo forte meu lábio inferior e, por algum motivo, isso pareceu mexer com ele.
Num movimento rápido ele me beijou de forma intensa, parecia sedento por aquele beijo. Uma de suas mãos subiu para meus cabelos e soltou os mesmos fazendo com que caíssem, algumas mechas, em meu rosto. Sua outra mão me puxava pela cintura pressionando meu corpo contra o seu. Meus braços caíram ao redeor de seu pescoço e usei minha mão esquerda para acariciar seus cabelos.
Adoraria que aquilo não parasse, não queria acabar com aquela momento. Sentir suas mãos em meu corpo não tinha preço, poder ser agraciada com seus beijos era espetacular, mas como toda alegria dura pouco, ele se afastou de mim com uma mordida em meu lábio e um beijo casto no fim.
- É melhor pararmos por aqui.-diz acariciando meu rosto, mas ainda estávamos com os corpos grudados.
- Por quê?-perguntei com minha voz mais manhosa do que esperava.
- Não quero que tudo ocorra assim, não quero que se arrependa disso. Não quero me decepcionar.-a última frase ele fala baixo, como se fosse uma oração.
- Se decepcionar? Por que se decepcionaria comigo?-fiquei mais a sua frente, mas ainda estávamos bem juntos.
- Não sei, eu só não quero te perder.-diz e passa o polegar em meus lábios.
- Você não vai me perder, Allan.
- Rezo por isso.
Encostei minha cabeça em seu ombro e respirei fundo aspirando aquele perfume gostoso que só ele tinha. Uma pequena frase se formou em minha mente e caminhou até meus lábios, uma frase que muitos conhecem, mas muitos não sabem o verdadeiro significado: "Eu te amo". Iria mesmo falar aquilo, mas preferi guardá-la para outro momento.
- Não vou te decepcionar.-falei baixo e ele me abraçou.
Fiquei em sua casa por mais duas horas, me despedi dele com um beijo sutil e ele me deixou a vem metros da minha casa. Caminhei sorridente e avisei à Lisa que eu já estava voltando, para não cometer a gafe dela falar que ainda estou em sua casa sendo que eu já esteja em minha casa.
Cheguei e meus pais não estavam em casa, acho que isso foi bom ou senão eles iriam perguntar por que carregava um sorriso tão grande. Fui ao meu quarto e tomei um banho demorado, vesti qualquer roupa e me joguei na cama lembrando o que houve na casa do Allan.
Meu celular tocou e o peguei rapidamente, era a Caroline.
- Oi Caroline, o que houve?-perguntei feliz e ouvi seus soluços.
- Viol...viol, me ajuda. M-meus tios...eles...eles...oh céus! Me ajuda, por favor.- ela chorava descontroladamente e pulei da cama.
- Carol, onde você está? -perguntei já saindo do quarto.
- E-Eu estou no ho-hospital...Bem aqui, por favor...e-estou no Comgrust...
- Chego aí em dez minutos.-vesti meu casado e peguei um reserva.-Carol?
- O-oi?-sua voz era baixa como a de uma garotinha assustada.
- Vai dar tudo certo. Vão ficar bem.
- Eu espero,Viol. Não quero os perder como perdi meus pais...não quero sentir aquela dor novamente.
- Vai dar tudo certo.Esse não é o fim...
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Querido professor
RomanceSua boca escapou da minha e escorregou até minha orelha. - Prometo que não vai se arrepender do que temos.-diz num sussurro e senti como se estivesse recebido uma descarga elétrica." Violett comete o erro de se apaixonar por seu professor e isso não...