Sentado no banco de réu
Estava ele insensato e cruel
Que a tantos havia feito sofrer,
Mas agora terá que responder.
Tem como juiz a razão
A promotora é a indignação
Sim, está ele muito encrencado!
Será o Amor finalmente condenado?
Pagará ele por todo o mal que causou?
As lágrimas de tantos que enganou?
-Ora, não me venha se dizer inocente!
-É público e notório que fizeste sofre a tanta gente.
-Quem nunca aos prantos ficou?
-Depois que este a abandonou?
Responde ele: - não, eu não!
-Esses a quem citas chamam-se tristeza e ilusão.
-É certo que eu nunca abandonei
Aqueles a quem verdadeiramente me dei
- Erro, é acreditar nas inverdades
Dos que o meu nome usam por maldade.
-Amor, sabemos que tu faz escravos
Aos que amam e não são amados!
-Sofrem em choro dia após dia
Achas justo tal agonia?
-Posso eu explicar o coração?
-Daqueles que não perdem a ilusão!
-Não sabem a indiscutível verdade!
Que só trabalho com dois corações em unidade.
-Saibam, quando saio de uma relação
Seja por brigas, rotina ou confusão!
-Na verdade sou eu o abandonado
Pelo tempo, Pra traz sempre deixado.
-Chega, já tenho o veredito!
Diz a Razão diante de tudo que haviam dito.
-Declaro inocente o Amor!
-De tudo que acusado for.
-Ora, Felizes não São os Amantes?
-Tudo é como eu já pensava antes!
-Melhor amor, mesmo que de dor acompanhado,
Do que a tristeza de nunca ter Amado.
18/08/2018
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