Cold Like Snow

004 - Gay?

🌸 Think less, live more 🌸

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Apesar da aula já ter começado meus pensamentos voavam, não conseguia parar de pensar em Yoon, por que ser tão explosivo daquele jeito? Yoon nem é seu nome de verdade então por que ficar tão irritado? A carteira a minha frente estava vazia, talvez ele tenha ido embora ou só esteja matando aula por aí...

— Ele nem olhou pra mim, óbvio que ele é gay. — Olho para o lado e percebo TaeYeon conversando com EunHee. Reviro os olhos e acabo rindo fraco ao ouvir isso, mas...

Será?
Eu teria resposta pra muitas das minhas perguntas. Ou talvez eu possa pensar mais longe. E se "Yoon" é o nome de prostituta dele? Talvez esse fosse o trabalho dele e ele tem vergonha que os outros saibam. Explicaria ele estar naquele beco naquela hora ontem.

— Senhorita Kim? — Percebo a professora chamando minha atenção e me acordando do meu transe.

— Sim?

— Está tudo bem? A senhorita parece um pouco aérea. — Ela fala de forma paciente.

— Será que... eu posso ir ao banheiro? — Pergunto. Ela assente com a cabeça e eu me levanto, agradecendo e saindo.

Assim que passo pela porta começo a procurar por Yoon, se ele estava se escondendo seria difícil encontrá-lo. Até porque essa escola é enorme, passo por perto dos banheiros e espero perto da porta por alguns minutos.

— Não. Ele não é tão burro pra matar aula no banheiro. — Escuto uma voz vindo de trás de mim, me viro rapidamente e percebo o menino de mais cedo, o tal "Kookie".

— Ahm... eu não...

— Por que está atrás dele? — Ele pergunta descontraído e começa a andar em direção ao jardim. Eu o sigo, começando a pensar em uma resposta convincente, afinal, eu deveria falar com o Yoon, não com ele.

— É só que... bom... vamos ter prova e ele não está na sala, então pensei que--

— Está mentindo pra mim? — Ele me olha e começa a rir, o que me deixa confusa, seu sorriso era extremamente lindo. — Ele te tratou muito mal hoje?

Ele claramente se referia à quando Yoon tinha me puxado pelo corredor até aquela salinha apertada.

— N-não, não é isso. Eu acabei falando algo que não devia... a culpa foi minha.

— Não se culpe demais — Continuamos a andar até chegarmos ao jardim. — O Hyung é um pouco explosivo as vezes.

— Hyung?

— Olha ele ali. Vai falar com ele. — Ele me empurra levemente na direção de Yoon, que estava sentado embaixo de uma árvore com um caderninho em suas mãos. Ele estava escrevendo algo.

Ao notar minha presença fechou rapidamente o caderno e ficou me encarando, como se esperasse que eu dissesse algo. Senti meu coração bater mais rápido quando senti seu olhar em mim, por algum motivo, ele me desmontava. Como se eu perdesse as palavras que haviam em minha boca sempre que sentia seus olhos em mim.

— Ahm... eu... — Respiro profundamente, me acalmando. — Sinto muito por mais cedo, não achei que fosse um problema os outros saberem seu nome... ou apelido...

Ele continuou ali, em silêncio, me olhando. Virei de costas e antes de me mover senti sua mão segurar meu pulso, o que ardeu um pouco.

— Eu te machuquei?

— Hm? — Me viro para ele e olho para meu pulso, um pouco vermelho. — Ah, não, tá tudo bem.

— Não queria ter feito aquilo. Foi no calor do momento... Esse nome tem a ver com algo importante pra mim, então não quero que todos comecem a me chamar por ele.

— Então... por que me contou?

— Você não se lembra de mim? — Ele me olha com uma sobrancelha levantada e eu acabo ficando mais confusa.

— C-como? Já nos conhecíamos antes do início das aulas?

Ele apenas ri de forma debochada e solta meu pulso, voltando a olhar para seu livro.

— Ele te enganou direitinho. — Ele fala de forma baixa mas audível. — É melhor você voltar pra sala.

— Não quero. — Cruzo os braços e me sento na grama, de frente pra ele.

Ele dá de ombros e volta a escrever.

— Você... e aquele garoto são irmãos? — me refiro ao moreno alto.

Ele me olha surpreso, disfarçando depois volta o olhar ao seu livro. Sua expressão ficou mais séria novamente, mais fria.

— Tá falando de que?

— Ele... te chamou de Hyung enquanto conversávamos.

Ele suspira de forma alta, o que me faz repensar se havia sido uma boa idéia contar.

— Não exatamente. — Seu tom fica mais sério, se é que isso é possível. — Vou te pedir algo.

— Hm.

— Não procure saber sobre mim ou sobre a minha vida, nada disso é da sua conta. — Ele fala de forma fria sem tirar os olhos daquele livro ridículo.

— Não é como se eu me importasse. — Me levanto, saindo de lá. Mentira. Eu me importo. Até porque sou muito curiosa, e se nos conhecemos à mais tempo, tenho que saber desde quando e como.

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— Já avisou sua mãe? — Jimin me pergunta enquanto eu observo algumas pessoas indo embora.

— Já sim.

— Então o que estamos esperando? — Ele pergunta se levantando do banquinho onde estávamos e começando a andar em direção a rua. Eu ainda observava o ambiente, Yoon ainda não tinha ido embora.

Ao me perceber imóvel, Jimin pega minha mão e começa a me puxar junto com ele, nesse exato momento vejo Yoon de longe, junto com seus amigos. Ele me encara, depois olha para nossas mãos, rindo em deboche e voltando a andar. Qual o problema dele?