Antes que eu esqueça (capa feita por Amanda Nunes)

capítulo 17

Mateus

Antes de chegar a fazenda de meu avô passamos por uma cidade até bacana, assim que chegamos mau entrei e ele já foi me ditando as regras da casa

Fábio: é o seguinte malandro aqui as regras são o seguinte: nada de andar pegando as empregadas ou se engraçando com as filhas dos empregados da Fazenda, nada de sair pra farra e chagar bêbado, vai acordar e dormir com as galinhas, e tem mais

Ele tomou meu celular jogou no chão e pisou espatifando todo, quase dei um ataque

Mateus: esta louco?

Fábio: terá apenas um dia pra receber ligações, não está aqui a passeio ou pra se refugiar, está aqui porque precisa aprender a ter responsabilidade e limites, mais uma coisa, grave bem o que vou te dizer porque eu não gosto de repetir as coisas, quando eu te mandar fazer algo, obedeça e não demore

Mateus: isso porque, vai me chicotear? estou me sentindo em uma senzala

Fábio: exatamente isso

Ele pegou um chicote dentro da gaveta de sua escrivaninha e me mostrou, sua cara de psicopata me assustou e quase saio correndo de volta pra casa e peço a meu pai pra me internar na clínica pra dependentes químicos e depois transferência para uma base Militar

Mateus: faz isso com seus empregados?

Fábio: claro que não, esta doido? esse eu guardei pra você e não duvide porque vou usar, sabe qual a vantagem de ser idoso? é ter sempre como justificativa a idade (sorri)

Eduardo ficou pasmo com que ouviu e eu mais ainda, ele falava como se fosse algo natural chicotear alguém, me despedir de Edu e depois fui arrumar minhas coisas no meu quarto, me deitei um pouco na biblioteca e fiquei olhando os inúmeros livros que ele tinha, foi quando entrou uma das empregadas

Fingi que estava cochilando e observei que ela estava me olhando de cima a baixo, até que era bonita, ficar nesse fim de mundo sem ter o que fazer com certeza não vou, já achei algo pra me divertir, quando meu avô entrou a garota saiu que nem uma bala

Fábio: espero que não tenha se esquecido da nossa conversa, e pare de fingir que está cochilando

Mateus: (respira fundo)

Fábio: senta direito vamos conversar

Me sentei e ele se sentou do meu lado e respirou fundo

Mateus: vai ditar minha sentença?

Fábio: vou muito bonito o que fez pelo seu amigo mas não deixa de ser uma idiotice

Mateus: esta falando de que?

Fábio: sabe muito bem, assumiu um erro que não é seu

Mateus: foi um acidente eu não vi o senhor na estrada e.......

Fábio: esses cabelos brancos em minha cabeça é de experiência não de burrice, estou velho não idiota, sei que não foi você que estava no volante e que também as drogas não são suas

Mateus: vô eu.......

Fábio: se tivessem feito o exame teriam percebido isso é também a perícia no carro iria comprovar

Mateus: chega a ser engraçado, você não convive comigo como meu pai e logo sacou isso, ele nem me deixou falar direito (sorriso irônico)

Fábio: seu pai era um idiotinha Mirim quando criança, depois um idiotinha juvenil e agora é um idiota crônico

Mateus: porque vocês não se falam?

Fábio: seu pai não fala comigo, é esse assunto não é da sua conta, pelo menos por enquanto, o fato é, você não ajudou seu amigo, apenas deu a ele mais incentivos a não assumir seus erros e ações

Mateus: é complicado vô, a relação se Edu com o pai dele é meio difícil, ele exige muito dele e.....

Fábio: o desespero de Eduardo em agradar seu pai a todo custo está afetando seu caráter, isso vai se tornar um grande problema lá na frente

Mateus: eu só não contava com a atitude de meu pai, nem achei que isso pudesse prejudicar ele, não foi minha intenção

Fábio: isso é chamado por muitos como agir sem pensar, já eu chamo de idiotice mesmo (tom irônico)

Mateus: (sorri)

Jantamos e não demorei muito fui logo dormir, meu avô me avisou que iríamos sair às cinco da manhã e que às quatro me queria já de pé, começaria uma nova rotina e também uma nova fase na minha vida, o que eu não fazia ideia era que junto com isso o destino me reservaria uma descoberta
Continua......
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