Capítulo 7

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O Casamento da Minha Melhor Amiga

Capítulo 7

Fernanda POV

Entrei no carro e dei partida indo para o hotel onde meu supervisor disse que ele estaria. Estacionei o carro do outro lado da rua, peguei minha bolsa e entrei no hotel indo até a recepção.

- bom dia, poderia avisar ao Justin Bieber que a jornalis...- fui interrompida por uma voz ao meu lado.
- oi.- olhei para o lado, era ele, estava debruçado sobre o balcão, como não o vi?
- ah, oi tudo bem? Er, sou a Fernanda.- eu disse esticando a mão.- eu sei que você é o Justin Bieber.- eu disparei e ele sorriu apertando minha mão, esse sorriso.
- você já tomou café?
- já sim.- menti, saí apressada de casa e a única coisa que comi foi uma bala de menta.
- se incomoda de fazer a entrevista enquanto como?- ele disse já me guiando para a saída.
- sem problemas.
- tem uma lanchonete aqui na esquina.- ele disse abrindo a porta para que eu saísse.- me disseram que tem uma vitamina ótima.
- ah sim, a Jerry's.- senti meu rosto queimar, eu tinha que lembrar do Jerry.
- é.- ele riu.- essa mesmo.- ele disse ajeitando o boné.- não é meio nova para fazer entrevistas?- perguntou e rejeitou uma chamada em seu celular, logo depois o guardou no bolso.
- acho que não.- eu disse arrumando a franja que bagunçou por conta da ventania.
- tem quantos anos?- perguntou me olhando.
- tenho vinte e dois.
- novinha.- ele riu abaixando a cabeça e me olhando de lado.
- você é só dois anos mais velho que eu.- eu disse olhando para a rua, desviando nosso olhar.
- sabe quantos anos tenho?
- sei quase tudo sobre você.
- mesmo?
- é ue.- eu disse dando de ombros.- quem não saberia?- perguntei e ele apenas assentiu me olhando.

Entramos na lanchonete e fomos para o fundo onde ninguém pudesse incomodar. Nos sentamos e ele fez seu pedido.

- podemos começar ou prefer...- ele me interrompeu, de novo.
- pode começar agora.- ele disse e sorriu colocando as mãos em cima da mesa.

Procurei pelo meu celular na bolsa, mas não o achei. Procurei nos bolsos, e nada. Droga, deixei ele em cima da cama.

- ta tudo bem?
- er, não.- eu disse fechando os olhos.- esqueci meu celular em casa, para fazer a gravação.
- bem, você pode usar o meu, se quiser.- ele disse me entregando o dele, peguei-o e sorri sem graça.
- eu normalmente não esqueço ele, mas obrigada.- coloquei no gravador.- bem, as perguntas estavam no meu celular, então eu vou improvisar.- ele assentiu e eu dei play.- bem, vou começar com uma pergunta simples. Você é feliz com a vida que tem hoje? Porque o que mais vemos são artistas reclamando que a fama não permite privacidade.
- sim, eu sou feliz, as vezes até olho para trás e vejo que conquistei muito mais do que eu desejei. E isso, me conforta. Mas não nego, as vezes tem momentos, que eu desejo ser apenas um cara de 24 anos, comum, que saí e não chama tanta atenção.- ele disse enquanto dobrava um pedaço de papel.
- então você sente saudade de uma vida, como posso dizer, anônima?- perguntei vendo o que ele fazia com o papel.
- é, pense, se uma pessoa comum cuspisse na rua não viralizaria tanto como um famoso.
- como você.- ele assentiu e sorriu me olhando.- você ia de entrevista à entrevista, cercado por seguranças e fãs, você acha que vivia sob pressão?
- sim. Mas de alguma forma eu queria viver nessa pressão, eu dava meu melhor e sabia que sempre podia fazer melhor. Então de alguma forma, essa tensão, essa correria, era boa. Eu curtia.
- E o que mudou de 2009 para 2018?
- acho que tudo, percebi que as pessoas a minha volta amadureceram, percebi que eu não era mais um adolescente, e vi que com alguns acontecimentos eu perdi alguns fãs, e isso me fez amadurecer por dentro, vi que eu estava fazendo algo de errado. Eu não queria ter perdido eles.- ele pareceu tão sincero.
- saindo um pouco dessas perguntas, o que você tem a dizer sobre seus relacionamentos?- perguntei e ele riu.

(...)

- você pode mandar para meu email?- perguntei após terminarmos a entrevista.
- eu mando para seu whatsapp.- disse ele me entregando seu celular novamente, para que eu colocasse meu número.

Eu estava tão chocada, quer dizer, ele ta passando o número dele para uma estranha. Coloquei meu número e entreguei de volta.

- Fernanda do que?
- Fernanda Payne. Não, espera. Desculpa, esse é o sobrenome do meu noivo. Drumond, Fernanda Drumond.- eu disse passando a mão no cabelo.
- você está noiva?- ele me olhou e assenti, ele pareceu pensativo.- pronto. Te mandei.- ele piscou para mim, oh céus.- você está de carro?
- sim, está do outro lado da rua.- eu disse saindo da lanchonete logo atrás dele.
- eu te levo até lá.- ele disse olhando para o céu e logo depois para mim, assenti, estava envergonhada demais para negar.

Esperamos o sinal fechar e atravessamos, parei em frente ao carro, peguei a chave e fui abrir o mesmo.

Ah, a merda da porta não abria, Justin parecia ver graça, ele estava me irritando com aquele sorriso bobo que eu via pelo reflexo do vidro da janela. Ele passou seus braços por cima de mim, tocou em minha mão me arrepiando por estar fria, pegou a chave, girou a mesma e a porta abriu.

- pronto, com paciência a gente consegue tudo.- ele disse balançando a chave no alto e logo depois me entregando.
- obrigada.- entrei no carro e abri a janela.- até quinta, já vai ser publicado.- ele assentiu e se abaixou ficando com o rosto na minha altura.- foi um prazer.- ele disse esticando a mão, apertei a mesma.- até a próxima.- ele piscou e soltou minha mão deixando um barquinho de papel em minha mão.

Voltei para casa, Alana não se encontrava mais no sofá. Subi as escadas e peguei meu celular na cama e baixei o áudio que o Justin havia mandado, a entrevista.
"espero que tenha feito todas as perguntas", ele escreveu. Apenas respondi um sim, e pensei se adicionava o número dele ou não. Mas fui interrompida com o Liam me ligando e dizendo que estava vindo me buscar para almoçar na casa dele.

O Casamento da Minha Melhor AmigaOnde histórias criam vida. Descubra agora