—Sehun, você é gay?— Ouço a voz da minha irmã mais nova.
Suspiro. Já de manhã veio me incomodar, amargou o gosto açucarado do meu café com leite e, azedou o bolo de morango. Vi seu cabelo amarelo ovo vir balançando até mim, reviro os olhos.
—Estou falando como você, lesado.— Pegou o resto do bolo que estava em meu prato e mandou para dentro de sua boca, aquilo era uma declaração de guerra, uma guerra que eu iria finalmente vencer, sua carinha de colegial do segundo ano não convenceria mais meus pais, já que, o primogênito da família Oh acaba de entrar na faculdade, dando orgulho e ganhando mimos da família.
—Por que quer saber, Sook? Vá lá fazer seu dever de casa e me deixa.— Pego de sua mão esquerda o copo de Bubble tea e retruco, me arrependo; o sabor, como era de se esperar vindo da escolha dela, tinha uma combinação horrível.
—Porque nessa carta aqui diz o seguinte: Oh SeHun, você acaba de ser contratado para atuar na rede de cafeterias "Yaoi coffee shop". Ficamos felizes por escolher nosso estabelecimento para enviar seu currículo. Te esperamos na próxima segunda feira (27/08) no endereço abaixo.— Em sua outra mão, a destra, ela segurava um papel perfeitamente branco com enfeites tom de rosa, que sinceramente pareciam ser feitos por uma criança de cinco anos ou um idoso com derrame. —Eai, maninho? Yaoi, hm?
E foi esse o assunto do jantar, minha mãe tentava me confortar dizendo que o amor por mim não mudaria, meu pai tentando me explicar como funcionava o sexo entre dois homens como se eu não soubesse, e, minha irmã apenas rindo a cada suspiro meu. Mas não! Eu não sou gay, é tão difícil de acreditar?
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Convidei Jongin para dormir em minha casa, sempre fazíamos isso desde o ensino médio, onde nos conhecemos. Eram sete da noite quando ele chegou, detalhe, tínhamos combinado quatro horas.
—Você é um idiota, Kim Jongin!— Joguei meu travesseiro em seu rosto risonho. Kai -apelido que eu mesmo o dei- estava rolando de rir no chão e isso me fez ferver de raiva.
—S-Sehun! Aiai— respirava ofegante provavelmente sua barriga já doía de tanto rir. —Pelo menos agora você tem emprego, bobão. Para de frescura, sua masculinidade é tão frágil assim, hétero?— devolveu o travesseiro a mim da mesma forma.
—Não! E-eu sou definitivamente cem porcento hétero.— Cruzei os braços.
Ora, ele estava duvidando de mim? Não que eu fosse um babaca preconceituoso, mas, eu não sou homossexual, sou macho.
—Então vá segunda. Não se preocupe, tive um amigo que trabalhou num café desses e sei que nada de mais acontece. Você aguenta o tranco.
—Mas você não tinha o direto, Kai. Sou eu quem faço as escolhas da minha vida, principalmente se for algo que tenho que fazer todos os dias da semana.— deitei-me de costas para Jongin, que agora estava sentando na borda do colchão.
—Você vai.
—E você vai sonhando.
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Aquele maldito ônibus chegou no horário certo e ainda teve a ousadia de não estragar no caminho. Agora eu estava aqui, na frente da cafeteria cujo o público pude identificar em meus primeiros dez segundos lá dentro. Em sua maior parte eram garotas! Sim. Garotas adolescentes e taradas por dois ou mais homens se beijando. O resto dos visitantes eram garotos ocidentais alternativos, cabelos coloridos e calças extremamente justas.
Dirijo-me até o balcão de pagamento, ali estava um rapaz alto e ruivo, tinha um sorriso ladino e pude perceber seus olhos percorrerem meu corpo dos pés à cabeça. Esse cara tá' me estranhando.
—Bom dia, senhor. Posso lhe ajudar com algo?— apoiou seu cotovelo na madeira escura do balcão e colocou sua cabeça sobre a mão direita.
—Eer. Oi...— Li seu nome no crachá. —Chanyeol. Bem, eu mandei um currículo pelo correio e me disseram para vir hoje aqui. Acho que fui aceito.
—Ah, você deve ser Oh Sehun. De fato! É exatamente como a foto. Venha, me siga.
O filho de uma dama da noite do Kai mandou até uma foto minha.
—Sente-se, fique à vontade.
A sala que entramos tinha tons claros e varias flores, a luz do sol invadia o cômodo e dava um ar mais natural para as plantas ali. Sentei-me na cadeira branca com estofado rosa e Chanyeol apoiou-se na mesa ficando com braços cruzados.
—Primeiro preciso lhe explicar as atuações; É o seguinte, temos as do salão e as exclusivas. As do salão acorrem obviamente no salão, que é por onde você entrou. Os garçons servem as mesas e de meia em meia hora fazem alguma atuação rasa, é bem simples. As exclusivas são feitas em quartos separados, como este aqui...
Imediatamente me levantei da cadeira, vai saber o que já aconteceu nela. Chanyeol me olhou curioso mas logo continuou.
—Continuando, são feitas com dois atores mas as cenas contém mais contato e falas, duram em cerca de cinco a dez minutos e os clientes escolhem os persongens que querem. Quando temos as exclusivas, sobram apenas dois garçons no salão, então os que restaram tem que obrigatoriamente fazer as atuações juntos, já que, os companheiros foram escolhidos para encenar separadamente. Enfim... olhando bem para você, acho que combina perfeitamente com o Sebastian.— Ele abriu a gaveta e tirou de lá uma espécie e cardápio ou menu. —É. Certamente o Sebastian.
—Quem é Esse?— Nunca vi esse tal de Sebastian e já estão me comparando com ele.
—É um personagem que temos aqui. Queres ver suas características?— estendeu o cardápio na minha direção.
Olhem para mim. Certo, olharam? Agora me digam, eu tenho cara de seme -seja lá o que isso for-, charmoso, dominador, misterioso e amante de livros? Porque era isso que estava escrito na ficha do Sebastian!
—Tudo esclarecido?— Foi uma pergunta retórica, já que, ele não esperou uma resposta e foi logo me levando para fora da sala. —Agora vou te apresentar seus outros colegas de trabalho.— Ofereceu um sorriso gentil, que respondi com um revirar de olhos quando ele não estava olhando.
Voltamos ao salão, pude ver três silhuetas, um rapaz extremamente alto, um médio e com curvas muito bonitas... elogiar não quer dizer nada! E por fim um baixinho apressado.
Chanyeol forçou a garganta, o que chamou atenção dos garotos vestidos de branco e preto. Todos vieram até nós após servirem os pedidos que levavam na bandeja.
Não tirem conclusões precipitadas mas... Eu congelei.
—Esses são Yifan, Kyungsoo e LuHan.— O ruivo disse gesticulando na direção dos garotos.
Certa vez li um artigo que dizia "um em cada três homens é gay." Não me levem a mal, mas, espero que seja o LuHan porque ele é muito gostoso.+
{sem revisão}
Sehun héterotop. Eu conto pra ele ou vocês contam?
Mais uma histórinha nova hehehe. O que acharam? Já comentaram e deixaram o voto???
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Café Yaoi - Hunhan crack!fic
FanfictionCerta vez li um artigo na internet que dizia "Um a cada cinco homens é gay." Eu espero que seja o LuHan, porque ele é muito gostoso. Foi o que Sehun pensou em seu primeiro dia de emprego no famoso "Yaoi Coffee shop". Onde conhece Kris, Kyungsoo e...