Definitivamente, um alien.

Amigos.

"me"

Provavelmente teria que pedir a algum dos meus amigos virtuais para me ligar e falar com a minha mãe, dizendo para adiar a visita. Mas que droga!

Peguei minha bolsa, e saí a caminho da estação de metro. Assim que entrei, me sentei na primeira cadeira vaga que vi. Odeio ficar em pé, tenho medo dos caras grandes que ficam perto. O meu dia realmente não começou com muita sorte, em poucos segundos imensas pessoas entraram, inclusive uma senhora, que me olhou pedinte para se sentar no meu lugar. Olhei em volta e suspirei quando me apercebi de que os lugares haviam se esgotado. Me levantei e dei o lugar para ela. As pessoas que permaneciam em pé pareciam lobos apreciando uma pequena e fácil presa. Engoli em seco, e me coloquei em um canto perto da porta, encolhida, esperando a chegada do meu destino.

Alguns minutos então se passaram e caí no silêncio. Me distraí com a vista da praia, e na minha mente, estava eu, dançando e cantando sobre a areia molhada da praia, com uma pessoa especial. Os meus cabelos voavam, e em seguida ele me abraçava... Era o meu sonho. Mas afinal, quem iria me querer? Com este corpo flácido, e esta cara horripilante? Vamos ser realistas? Nunca sairei com alguém para ir para a praia, nem amigos tenho.

Abaixei a cabeça entristecida, e vi minha visão embaçar. Respirei fundo e levantei a cabeça. Ao meu lado, pequenas batidas familiares se reproduziam bem perto, alguém estava ouvindo "Do I Wanna Know" minha musica favorita. Meus olhos deslizaram pelo canto do metro, até avistarem outros olhos me fitando. Eles eram profundos, e tinham uma cor exótica; laranja avermelhado. Minha respiração se prendeu por alguns segundos, segundos esses que passei olhando diretamente para aqueles olhos. Pareciam ter vida, parecia que estavam falando comigo, eram incríveis. Nesse meio tempo, pude ouvir o motorista do metro anunciando a próxima parada, o que me fez despertar do meu transe, reparando que era para um jovem que eu olhava. Senti meu rosto queimar totalmente, enquanto os meus olhos se arregalavam de vergonha.

Oh céus! Nem sequer me apercebi, o que ele vai pensar de mim?!

Desviei o olhar rapidamente, e fitei o chão nervosa. O som das batidas do meu coração eram quase audíveis de tão abruptas. Minha respiração estava descontrolada, mal sabia onde por a cara.

As portas se abriram, e sorri aliviada ao ver o caminho para a escola ao fundo. Assim que elas se abriram, olhei rapidamente para o garoto, para saber se ele encontrava-se tão desajeitado quanto eu, e notei que ele ainda me fitava. Ele sorriu quando o olhei, era como se estivéssemos câmera lenta naquele momento, até que eu pisasse fora do transporte.

Parei de costas quando saí, e senti o vento forte se arremessar sobre mim, fazendo a saia do meu uniforme se levantar por completo. Me distraí completamente. Logo puxei a saia para baixo, me abaixando envergonhada. Estava constrangida, porém feliz, por aquele garoto ter ficado. Qual o problema? Nunca mais vou vê-lo na vida! Sorri.

Me virei sorridente, e pronta para tomar meu caminho, até que minhas pernas travassem com aquela visão. - Nunca tinha visto calcinhas roxas, as suas foram as primeiras- Disse o garoto que me observava no metro a poucos segundos atrás, ma analisando com uma expressão pervertida, seguida de um sorriso canteiro.