Melhor assim.

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"Ajudou"

- p-p-p ... - Comecei. O garoto me olhou com uma expressão confusa, e se aproximou de mim, com o cenho franzido. - p p p? - Zombou ele, me imitando enquanto eu gagueja de nervoso. Ele chegou perto dr mim, e me fitou com um sorriso. Meu rosto definitivamente queimou. Eu tenho quase certeza de que ele podia ver o meu esqueleto agora, pois toda a carne da minha bochecha estava queimada.

Ele era realmente bonito. Tinha o cabelo liso e preto, deitado para o lado, modelado com gel. Pequenos fios escapavam daquela perfeição, deixando-o ainda mais... Atraente. Seus olhos brilhavam sobre os meus, e eu mal podia respirar com a distância em que nos encontrávamos. Acordei de vez quando lembrei do meu atraso para a aula, e terminei a minha frase pretendida. - Pervertido! - Gritei. Empurrei o garoto pelo peito, e corri para a direção contrária da dele, segurando as costas da minha saia, para que não voasse novamente.

Eu não corria rápido, e o calor não ajudava. Cheguei segundos antes do toque, e entrei na sala afobada. Estavam todos sentados, e o professor se centrava nas contas matemáticas do livro. Ele apenas levantou seus olhos, e me fitou desentendido, desviando o olhar para o meu assento. Ele franziu o cenho. - Ora... Mas você tinha faltado? Não reparei- Disse ele incrédulo.

Eu sorri desajeitada, e prendi o cabelo atrás da orelha, indo em direção á minha carteira. Ainda estava ofegante por ter corrido, mas mesmo assim segurava, para que ninguém percebesse.

Tarde demais.

- Estava correndo annãzinha?- Ecoou uma voz masculina do fundo da sala. Era Caio, o popular bonitão da sala. Uma das meninas riu, e continuou: - Claro que estava, repare no suor da blusa! É o que acontece quando se colocam gordinhos pra correr- Disse Suzan, sua suposta namorada. Engoli em seco, prendendo minha respiração, para que não me ouvissem de forma alguma. - Ah, então ela estava correndo? Eu bem ouvi o terremoto.- Completou outra menina do grupo da Suzan. Todos gargalharam de mim, deixando a sala uma bagunça. Varias pessoas me chamavam com outras piadas, e até atiravam papéis sobre a minha cabeça. Eu tentei segurar, mas era demasiado.

Abaixei a cabeça, e escondi meu rosto nos braços, fechando os olhos com força, para não chorar. - Vamos classe, já chega. Vocês estão no colegial!- Vociferou o professor, com uma expressão quase que despreocupada.

Mal tinha notado que minha camisa estava manchada de suor. Levantei o braço lentamente, e pedi para que fosse no banheiro. Saí em rapidez, ignorando os risinhos que se direcionavam a mim.

No caminho para o banheiro, vi un garoto sentado na janela do corredor. Seus cabelos voavam, juntamente com a sua roupa. Era ele, o garoto do metro. Ele vestia uma jaqueta jeans azul muito clara, com uma camisa branca por baixo, e calções muito rasgados. O que fazia aqui? Ele estava sem uniforme, não podia ser um aluno novo.

Assim que me notou, me fitou por completo, e sorriu. Os seus olhos encontraram-se com os meus, e pude sentir uma leva onda de calor. Ele estendeu um de seus braços para mim, com a mão aberta, como se estivesse me chamando. Na minha cabeça, pude ouvir uma voz.

Vamos Anne, venha.

- Mas que...- Sussurrei assustada. As minhas pernas moviam-se sozinhas em uníssono, e eu mal podia me conter, ou ao menos falar. Elas dirigiam-se em direção ao garoto que me esperava de braços abertos sentado.

Assim que o alcancei, olhei para cima para fitá-lo. Ele sorriu novamente, e me tomou em seus braços. - Eu estou aqui, Anne- .

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⏰ Última atualização: Jul 01, 2018 ⏰

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Definitivamente, um alien.Onde histórias criam vida. Descubra agora