Meu Espelho

Capitulo Único

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A jovem mulher gemeu exasperada com sua situação, a solidão era uma morte lenta e torturante, ainda mais para alguém que não pode morrer.

A jovem já estava cansada de andar pela aquela imensidão vazia, mesmo sendo seu tão adorado reino, era um reino vazio.

Extremamente triste.

Por algum motivo ela foi criada desse jeito, assim como seus "irmãos".

Quando deu por si já exercia aquela função, mas diferente dela todos seus semelhantes tinham reinos cheios e alegres,

Eles não ficavam sozinhos.

Era querer de mais um pouco de companhia?

Desejar se livrar ao menos um pouco dessa sensação de abandono?

Parece que aos olhos dos outros era sim.

Sua irmã gêmea, a vida, não compreendia seu trabalho e não aceitava como era.

Infelizmente, sua irmã a odiava.

Sua irmã era mais bonita e desejada por todos, independente do seu poder, sendo assim, se ela gostava de alguém todos gostavam, mas se ela odiava alguém...

A jovem não queria causar problemas, mas ao atravessar o espelho que separava os reinos causou a ira de muitos que não entendiam que seu único desejo era se livrar daquela imensidão vazia, mas aos olhos de todos ela apenas queria causar desordem.

Nada parecia dar certo, mesmo cercada por pessoas ela ainda se sentia sozinha.

Na verdade... existia uma pessoa, uma única pessoa, que não a odiava.

Ele estava entre os mais velhos, mas não era mais velho que ela (ninguém era); 

Ele era alguém que fazia tudo na hora correta, era alguém legal na opinião da jovem, mas era ele o verdadeiro culpado pelo ódio direcionado a ela, sua irmã apenas não enxergava isso.

Mas a jovem não o culpava, ainda mais por que ele ficou ao seu lado, ele sabia, ele sentia, ele entendia sua solidão.

Ele ficou ao seu lado, mesmo quando todos viraram as costas, ficou ao seu lado também quando todos enfim estavam com ela... mas para atacá-la.

Mas acima de tudo, ele ficou ao seu lado quando aquelas sombras maldosas cairão sobre todos.

A jovem se sentia culpada por cobri-lo com essa aura obscura que a cercava, mas de algum jeito ele via beleza nela em qualquer forma que se apresentasse.

Ela passou a gostar disso.

Ela passou a temer isso.

Ao fim, todos ainda queriam sua partida, e ela não pôde evitar, mas ele não permitiu que seu reino permanecesse solitário e sombrio.

Em seus braços ela carregava a chave da sua nova vida, chave criada com ajuda dele e que jamais deixaria seu reino solitário novamente.

Seus domínios ainda eram escuros e frios, mas essa era a forma dele.

No entanto, solitário era um atributo já inadequado para o lugar, porque em qualquer lugar dava pra se ouvir as risadas e brincadeiras infantis.

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