Fazia pouco mais de um mês que tinha sido inaugurada. Ambiente transado, gente rica gastando dinheiro a noite toda, homens sarados, mulheres lindas, ótimos djs e a Lhótus se tornara a boate do momento...
E ser uma coyote era estar sob os holofotes...
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Camila encontrou a casa dos Cabello praticamente vazia na manhã seguinte. Sabia que os irmãos deveriam estar no colégio, mas onde estava Marisa e todos os empregados? Curiosa, a garota entrou procurando pelo pai.
Alejandro Cabello estava sentado em sua mesa no escritório. Esperava a filha pacientemente desde que acordara. Sabia que aquela conversa seria definitiva entre eles. E por isso pedira à mulher que saísse e dispensara os empregados.
-Oi, pai! – disse Camila beijando seu rosto delicadamente quando se encontraram – Cadê todo mundo?
-Saíram. Precisava falar sozinho com você, filha.
-Puxa, é algo tão sério assim? – perguntou a garota sentando-se na poltrona defronte ao pai, com uma fisionomia preocupada.
-É muito sério sim. Preciso te contar algumas coisas.
Camila imediatamente se lembrou da conversa que ouvira entre o pai e o irmão mais velho. Será que Lauren estava certa? Que o velho Alejandro estava mesmo se abrindo com ela? O que o fizera mudar de idéia tão rápido? Ai tinha coisa!
-Tudo bem, pai. Conte. Sou toda ouvidos. – disse ela resignada a escutar.
Alejandro contou tudo que tinha feito. A compra da Lhótus, o pedido a Dinah para mantê-lo informado sobre ela, explicou seus motivos, que queria ter certeza que ela estava bem, mesmo sem trabalhar com eles na firma. E ficou sinceramente surpreso que Camila não tinha se levantado, gritado ou esperneado como sempre fazia quando se intrometiam na vida dela.
Alejandro se calou e ficou olhando a filha alguns minutos. O que aquele olhar queria dizer? Porque ela estava tão calma? Quando viriam os gritos e as acusações de ‘querem controlar a minha vida’?
-Você não diz nada, Camila? – perguntou sinceramente confuso.
-O que você espera que eu diga? Eu sabia que vocês estavam escondendo alguma coisa de mim. Ouvi você e Raul conversando e desconfiei quando o vi com Artur. Só não fazia idéia que a Dinah estava metida nisso tudo.
-Ela não tem culpa, minha filha. Eu que insisti.
Camila se levantou. Não estava triste com o que descobrira. Nem tinha raiva do pai, por mais que ele tivesse se metido em sua vida. Ela mesma não sabia definir o que sentia. Só conseguia pensar, que não adiantava fazer escândalo. Ela não estava mais sozinha, tinha que pensar em Lauren e na vida que queriam ter juntas.
-Eu deveria sinceramente estar magoada com você, pai! – disse ela se voltando para o velho que a olhava ansioso – Mas não estou. Entendo que me quisesse na firma. Se a sujeira não fosse tanta, talvez eu tivesse ficado, mas você sabe que eu não sirvo pra aquilo ali. Não quero deixar de dormir tranquila durante a noite, porque estou com problemas de consciência sobre meus clientes. Não foi isso que aprendi na faculdade de direito.
