Clara Jauregui era uma das pacientes mais calmas da ala oncológica da clínica particular que Roberto Lofti tinha em sociedade com alguns colegas. O médico se surpreendera com a frieza da paciente ao receber a notícia de sua doença. Nada de desespero ou perder a compostura. Mantivera-se prática e educada como sempre fora.
-Quando começamos o tratamento doutor? – Perguntara.-Na segunda feira. A senhora precisará ficar internada na clínica. A quimioterapia será muito intensa.
-Tudo bem. – falara Clara finalizando a conversa.Em casa, enquanto arrumava uma pequena mala que levaria para a clínica, repreendeu veementemente a atitude do marido e dos filhos.
-Vocês fazem muito drama. Eu não esqueci que vocês, junto com aquele doutor Abreu, me apunhalaram pelas costas. Onde já se viu saber do meu problema antes de mim? Isso é Imperdoável!-Nós queríamos apenas estar preparados para confortá-la, Clara! – explicou o marido.
-Eu não preciso de conforto, Michael. Preciso de fortes doses de quimioterapia. E você, não me olhe com esse olhar piedoso. Mantenha sua postura de pai e marido. Não se entregue tão fácil as emoções.
Michael se surpreendeu com a praticidade e frieza de sua mulher. É certo que Clara nunca fora lá muito amorosa e sentimental, mas a situação era outra. E mesmo assim ela continuava gélida feito mármore.
Independente de suas maneiras insensíveis, Clara Jauregui era uma pessoa socialmente conhecida e muitas pessoas apareciam para visitá-la no quarto da clínica em que estava hospedada. Não porque gostassem dela, mas porque era uma delicadeza social fazê-lo.Um dentre esses visitante não foi outro senão Tyrone. Ele apareceu muito solicito e a fim de dar apoio à família e a doente, no fim da tarde de segunda feira, quando Clara ainda se recuperava da primeira sessão de quimio.
-Sra. Jauregui, quero que saiba que pode contar comigo para tudo que for necessário. – disse ele beijando educadamente a mão da paciente.
-Obrigada, William. Sabia que você não me faltaria. E você e Lauren, como estão?-Não estamos, pra falar a verdade. Acho que ela se envolveu com outra pessoa. Não nos vemos desde o jantar em sua casa.
-Que erro imperdoável da parte dela. Fique tranquilo. Falarei sério com ela sobre isso, caso aquela ingrata venha me visitar, é claro.-Ela ainda não apareceu? – estranhou Ty.
-Ainda não. Minha filha mudou muito. Afastou-se completamente de nós.
-A senhora gostaria que eu falasse com ela?
-Não precisa. Ela virá. Eu sei que sim.
Clara não ligaria para a filha caçula. Sabia que Chris a informara de sua doença e que ela viria vê-la, mais cedo ou mais tarde. Esperava apenas que fosse breve. Tinham muito que conversar sobre Tyrone Willian Griffin e o futuro de Lauren.
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Camila recebeu o telefonema do pai no sábado de manhã bem cedo. Ela fazia o café e Lauren ainda dormia em sua cama.-Oi, pai! – disse sem muita vontade de falar com ele. Não esquecera facilmente o que Mariza fizera.
-Oi filha. Nós vamos comemorar amanhã aqui em casa a gravidez da Ashlee. Liguei pra te convidar.
-Obrigada pai, mas eu não vou.
-E por quê? Se tiver compromisso com aquela moça, Lauren não é? Trás ela pra cá também. É bom que ela conhece o resto da família.
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COYOTES (CAMREN)
FanficFazia pouco mais de um mês que tinha sido inaugurada. Ambiente transado, gente rica gastando dinheiro a noite toda, homens sarados, mulheres lindas, ótimos djs e a Lhótus se tornara a boate do momento... E ser uma coyote era estar sob os holofotes...