O psicopata da casa ao lado

02

Levanto da cama automaticamente como se fosse da minha conta a vida dos outros, não sou do tipo curiosa, não mesmo, um pouco? Talvez.
Só que era na casa ao lado, quero dizer, ninguém mora lá já faz um tempão, acho que nunca vi uma família se quer morar ali, eu entendo até.

Qual é, a casa é incrivelmente grande e feia, aquelas estátuas na frente do portão central, aquele tipo de casa que daria um cenário épico de filme de terror,sem contar nos barulhos que ela faz sozinha no silêncio da noite, resumidamente não era a casa que eu particularmente adoraria morar.

Não mesmo.

Percebi que estava chovendo,uma chuva fraca que caia quase lentamente pela a janela do meu quarto. Um muro baixíssimo separava minha casa daquele horror de casa,sendo assim,vi tudo que estava acontecendo na sala dos meus mais novos vizinhos. Vi primeiramente dois garotos bem loiros, percebi que eram gêmeos.

" Não é ai Tomy!"
Um deles diz reprovando o outro.

"Você não manda em mim,é aqui sim"
O outro diz em seguida.

E então eles começam a bater um no outro, um deles chora após levar um murro na barriga,tive vontade de mandar eles pararem, só que lembrei que eu estavam observando discretamente aquilo tudo, não podia simplesmente me intrometer na situação como uma doida que fica observando os outros na madrugada pela a janela,seria estranho. Quando finalmente chegou uma mulher para separa-los.

Respirei aliviada.

Uma mulher bem bonita, com um vestido preto e com um cigarro na mão esquerda, seu cabelo também era bem loiro,isso indicava obviamente que era mãe dos garotinhos briguentos. Ela paraceu está bem tranquila com um dos garotos chorando,talvez aquilo aconteça frequentemente,e então eles desaparecem indo para outro cômodo da casa.Algo passa entre minhas pernas derrepente,dou um grito alto olhando para o chão,suspiro aliviada ao ver Mel, minha gatinha.

Volto minha atenção para a casa de novo e rapidamente me arrependo de tal ação. Vejo um garoto tão branco que podia jurar que ele era uma alma,todo de preto olhando para minha direção.

Não Lua, ele não está te vendo.

Não mesmo.

Estou totalmente escondida na cortina vermelha da minha janela.

Dizia para mim mesma até o tal garoto dar um " thau " com a mão direita.

Merda. Merda. Merda!

Corri de volta para minha cama de onde eu nunca deveria ter saído,fechei os olhos e cobri meu corpo nos cobertores,torcendo para que tudo aquilo fosse só um sonho maluco e esquisito.