Capítulo 6

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Quando Emma disse que não seria difícil encontrar a casa de Jefferson, estava realmente falando sério. Claro que não era exatamente muito próxima da cidade e aquilo estava fazendo com que seu nervosismo aumentasse, mas nada que não pudesse lidar. Também não era como se ele tivesse algum motivo para estar bravo com ela – ninguém escolhera ser atingido por aquela maldição –, era ela que até tinha motivos para estar bravo com ele, já que não seguira seus conselhos de tantos anos atrás. No fundo, o que preocupava a professora era não saber o que esperar, que tipo de vida Jefferson esteve levando por todo esse tempo e como as coisas seriam daqui para frente. 

Só de pensar em como tudo era complicado, Heather já ficava com dor de cabeça. E não parecia ser daquelas que vão embora com facilidade.

Embora ter chegado na mansão de Jefferson tenha levemente a distraído.

Não que Heather fosse realmente questionar Regina sobre suas motivações para ferrar mais algumas pessoas do que outras naquela cidade, mas aquele pensamento não saiu de sua mente enquanto rumava para a entrada da construção, seu dedo logo seguindo para a campainha antes que aquela pequena revolta desse lugar para sua hesitação. Na verdade, a revolta permaneceu por um bom tempo em razão da demora para ser atendida, passando assim a bater contra a madeira da porta e a chamar pelo proprietário.

Ainda sem sucesso.

- Jefferson?! Abre a porta, sou eu! – Heather continuou a gritar, fazendo uma breve pausa apenas para esmurrar a porta com ainda mais vontade.

Quando percebeu que se ele estivesse em casa e quisesse lhe atender, ele já teria aparecido, a mulher olhou rapidamente para os lados, procurando indícios de que não estava sozinha. Havia marcas de pneus em direção à garagem, mas sem carros a vista. Bem, até que era uma vantagem aquela mansão mais afastada da cidade.

- A xerife é filha da minha amiga, então acho que não vou ser presa por invadir uma casa... Certo? – murmurava ela sozinha, tentando com a ajuda de dois grampos arrombar a fechadura – Na pior das hipóteses, eu vim atrás de pensão alimentícia. Vinte oito anos e nenhuma ajuda? Ele que deve ser preso.

Heather sorriu satisfeita assim que a tranca cedeu, olhando para os arredores mais uma ou duas vezes antes de adentrar de vez na casa, tentando de qualquer jeito ignorar como por dentro tudo ainda era mais luxuoso enquanto a sua casa com Paige estava implorando para uma mão de tinta. Mesmo certa de que não havia mais ninguém na casa, ela chamou pelo homem mais uma vez, passando em seguida a buscar por algo que pudesse lhe dar alguma pista do que era a vida de Jefferson em Storybrooke, algo que pudesse lhe dizer sua localização. 

Mesmo sem saber se mais alguém morava ali com ele, Heather estranhou a impecável organização de tudo, o que a fez questionar se realmente tinha alguém vivendo naquele lugar. Parecia que tudo estava no lugar que deveria estar, e que nunca fora mexido – uma fina camada de pó concordava com ela nesse quesito. Apenas uma coisa ou outra denunciava a passagem de alguém pela casa, como uma ponta de tapete dobrada e pisada, algum vestígio de terra no piso que caíra de sapatos. Foi quando Heather já estava quase desistindo de procurar por algo que ela encontrou, um quarto no segundo andar sendo tudo que ela precisava para responder algumas perguntas.

A primeira coisa que a mulher estranhou do ambiente foi o telescópio em frente a uma janela, não apontando para o céu, como se era de esperar, mas para a cidade mais a baixo. Com receio de alterar seu alvo com o menor toque, Heather se curvou sobre o instrumento, aproveitando que estava sozinha para praguejar baixo.

- Filho da mãe, ele estava nos vigiando – ofegou ela, depois de identificar a janela de sua cozinha pelo telescópio. Aos poucos os pontos foram se ligando em sua mente, detalhes que antes pareciam tão aleatórios se encaixando uns nos outros, produzindo uma imagem maior. Suas suspeitas apenas aumentaram quando passou a analisar o resto do quarto.

Mad HatterOnde histórias criam vida. Descubra agora