Capítulo 2

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Janeiro, 27, 1597

Agora era meu fim, eles iam me capturar e eu seria morta sem nem ter a chance de lutar, pensei comigo mesma. Vejo a porta abrindo lentamente, contínuo escondida atrás do armário, mas sabia que em algum momento ele iria me encontrar.
Vendo aquele homem com vestes pretas entrando na casa eu só conseguia pensar em o que eu tinha feito de errado para o feitiço não ter funcionado, eu sabia que tinha usado todos os itens necessários, então o que fez com que ele não funcionasse, seria meu nervosismo, o medo que eu sentia?.
Fiquei apavorada vendo ele vasculhando a casa, tentando achar algum indício que tinha alguém la, meu coração disparou quando ele se aproximou do armário, tentei ficar quieta o máximo possível, e isso pareceu dar certo ja que ele estava indo embora, bom, pelo menos foi o que eu pensei, até que ele vira num movimento rápido empurrando o armário em direção ao chão, ao me ver ele so me ficou me olhando com um olhar estranho, como se ele não quisesse fazer parte daquilo tudo, até que ele grita "ACHEI UMA", alertando os amigos, que rapidamente entram na cabana, me cercando, sem fazer pergunta alguma já foram me acorrentando, eles sabiam que eu não era só uma camponesa, até porquê que tipo de camponesa teria consigo um grimório e alguns itens essenciais em alguns feitiços?.
Eu sabia que não conseguiria escapar deles, eu nem tentei, apenas aceitei que aquele seria meu fim, mas não foi.

Janeiro, 30, 1597

Faz alguns dias que estamos indo a caminho de Salém, o caminho aparece não ter fim, parece que estamos nessa "viagem" a anos, e durante esses dias eu pensei muito sobre o que vai acontecer comigo, e quando penso nisso so me vem a cabeça a morte, mas por mais incrível que pareça isso não me assusta, não me deixa com medo ou alguma coisa do tipo, talvez eu tenha me acostumado com a idéia de morrer, talvez com isso eu possa descansar, eu não aguento mais viver com medo de tudo o tempo todo.
Eu sinto tanta fome, tanta sede, que já estou sem energia, eles me dão migalhas para comer, tenho certeza que se eles não tivessem a obrigação de me levar a julgamento eles ja teriam me matado em algum lugar da floresta.
Todos parecem me odiar, parecem ter nojo de mim, menos o homem das vestes negras, ele é diferente, ele me olha diferente como se sentisse pena de mim. Depois de dias viajando finalmente chegamos a Salém onde logo sou recebida por gritos "Bruxa", "Serva de Satã", "Abominação", "Matem essa maldita".
Logo sou levada para uma espécie de prisão, lugar onde vou ficar até ser julgada, chegando la a única coisa que senti foi tristeza e raiva, senti tristeza não porque eu estava cada vez mais próxima da morte, mas sim ao ver o que eles estavam fazendo com minhas irmãs, a maneira que elas estavam, assustadas, sem esperança.

Eu senti raiva pois eu tinha que fazer alguma coisa, sabia que tinha que fazer eles pagarem, todos eles pagarem! eu iria mostrar a todos eles que essas bruxas eles não queimariam!.

The Dark Hunt: A caçada (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora