20. Dia de compras

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Me casei duas semanas após completar 19 anos de idade, apesar do papai ter dito que eu deveria esperar até me formar na faculdade e mamãe ter dito que, apesar de ser muito romântico eu casar com o primeiro namorado, eu deveria experimentar mais da vida antes de me amarrar a alguém.

A única que me apoiou foi a Nanda que hoje estava comigo numa loja de móveis para quartos infantis me ajudando a escolher a melhor estante para decorar o quarto dos meninos e, futuramente, servir para guardar os livros deles:

- Ainda é meio irreal imaginar que a minha irmã mais nova vai ter dois bebês, você ainda é um bebê na minha mente.
- Eu fico preocupada, a Zoe e o Fê hoje são adolescentes e já sabem se virar sozinhos, mas eu ainda lembro muito bem de como você enlouqueceu.
- Foi o melhor pior período da minha vida...

Eu a encarei. Precisava mais do que nunca do conselho de uma mãe de terceira viagem.

- Era uma loucura, eu tive que trancar a faculdade, mal dormia, comia só quando dava ou quando sentia que ia desmaiar... Era o dia todo amamentando, fazendo mamadeira, trocando fraldas, dando banho, ninando, pondo para arrotar. Eu e o Lu nos sentíamos dois cacos, mas se eu pudesse voltar atrás eu faria tudo de novo.

Minha irmã era uma das mães mais corujas que eu conheci em toda a minha vida, a gente não podia dar uma brecha que ela começava elogiar a prole.

Ainda não tínhamos discutido nada sobre a confusão envolvendo nosso irmão, nossos maridos e meu sobrinho. Se tinha alguém que sabia sobre crises matrimoniais essa pessoa era a minha irmã:

- Como o Felipe está?
- Agora ele está bem...
- E o Lucas?
- Estamos conversando bastante - ela mordeu o lábio inferior - talvez até faremos terapia de casal.

Eu sempre tive a impressão que terapia de casal é o último recurso antes de recorrer ao divórcio, mas obviamente não disse nada:

- Eu nunca tinha visto o Leo agir daquele jeito...
- Se engana quem acha que nós conhecemos bem a pessoa só de conviver com ela, certos defeitos do Lucas eu só descobri depois de uns bons anos morando juntos.
- E se eu não gostar dos defeitos dele?

Nanda largou a cesta no chão, pegou minhas mãos, me encarou por um instante e falou:

- Nós nunca gostaremos dos defeitos do outro, mas aprendermos a suportar ou conversamos para tentar torná-los suportáveis - ela me abraçou - ninguém expõe seus defeitos de cara, todos mostram suas qualidades primeiro.

Eu comecei a chorar, então Nanda enxugou minhas lágrimas e disse:

- Vamos continuar com as compras antes que o Eduardo e o Pedro tenham que dormir no chão porque a mamãe deles não comprou nenhum berço.

Comecei a rir e então ela disse:

- No início tudo é mais difícil, mas depois a experiência vai tornando as coisas mais simples.

- No início tudo é mais difícil, mas depois a experiência vai tornando as coisas mais simples

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Uma surpresa do destino - Livro 03 (Série Família Cavallero) [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora