CAPÍTULO 3 - Desagradável surpresa

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Desci até o hall em busca de um café forte, com bastante açúcar e após esperar alguns minutos na fila – não imaginei que tivesse tanta gente querendo tomar café em pleno horário de almoço, fala sério –, finalmente consegui. No caminho para o elevador, observo cada detalhe do prédio, admirada e orgulhosa, o sorriso na minha cara com certeza deveria aparentar maior do que aqueles sorrisos de palhaço.

– Ai, merda! – De repente, esbarro em uma parede gigante e perco todo meu precioso café, o que demorei tanto para conseguir. Deus, porque fez isso comigo?

Estava divagando do quão trágico seria ter que voltar para aquela fila imensa e pegar um outro café, até ouvir um grunhido.

– Por que não olha para frente inferno?! Olha o que você fez! Seu salário não paga esse estrago, garota.

Minha nossa, que voz maravilhosa... e que grosseria! Quem esse retardado pensa que é para falar dessa maneira? Ergui meus olhos e por uma fração de segundos, eu perdi o folego. Esse homem é real? Juro que nunca em minha vida tinha visto olhos de um azul tão claro, quase cinzas; e esse cabelo, eu senti vontade de puxá-lo e depois acaricia-lo, mas então lembrei da estupidez do cara e parei de alucinar.

O babaca continua parado, com as sobrancelhas arqueadas, realmente acreditando que eu lhe devia um pedido de desculpas, como se ele fosse algum ser superior, enquanto eu, apenas um nada! Se esse imbecil pensou por um minuto que me coloca medo só por causa dos seus quase 1,90m de altura – muito bem distribuídos por sinal, ele está completamente enganado.

– O que foi gigantão babaca? Se eu derrubei café na sua camisa "caríssima", a culpa foi sua por não olhar por onde anda!

O gostosão idiota olhou para mim indignado e sua expressão foi se fechando cada vez mais – o que dessa vez, realmente me deixou com um pouquinho, só um pouquinho de medo pela minha vida. Seus olhos escureceram de uma maneira assustadoramente sombria, até que me respondeu repleto de raiva.

– Quem você pensa que é para falar comigo desse jeito sua insolente? Sequer tem tamanho e ainda quer levantar a voz para mim, era só o que me faltava mesmo. – Riu com escárnio o gigantão, descaradamente tirando sarro da minha altura. Isso não podia ser sério. É sério??!!

– Babaca de merda, vá se foder!

– Estou perdendo meu tempo com você, projeto de gente. Por que não sai da minha frente? Tenho coisas muito mais importantes para fazer, realmente.

Sequer tive tempo de responder aquele escroto, o mesmo me empurrou e saiu andando como se fosse o dono do mundo. Metido de merda! Ele aparenta trabalhar aqui na Ferguson, só espero que seja numa área bem diferente da minha, no andar mais distante possível do meu e que a gente nunca se encontre outra vez.

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