- Virou uma pulga, agora? Sai do meu pé.- falo, acelerando o passo.
- Não, Samuel. Você pode ir parando com essas suas gracinhas. Eu vou ficar com você no intervalo.
- Ah, mas não vai mesmo! Cadê a Madu? Vai ficar ficar com ela, oxi.
- Ah, mas eu vou sim. Também vou ficar com ela, assim que à achar.- diz, enquanto procura a menina com o olhar, até que a avista.- MADUUUU, AQUIII!- grita, levantando o braço e acenando, enquanto a mesma vem em nossa direção.
- Bom, pelo menos o trabalho ela não vai fazer com a gente! - suspiro e mudo de direção.
-A onde você vai?!- pergunta, tentando segurar meu braço, mas eu me livro.
- No Noé- respondo, continuando minha caminhada, enquanto uma luzinha se acende e me traz uma ideia.
- Que Noé? - ela e Madu perguntam ao mesmo tempo.
- No Noé da sua conta! Você não disse que vai ficar comigo, Rebeka?! Então só me siga!
- Ridículo! Só saiba que tô te seguindo porque eu quero, e não porque você mandou!- responde, revirando os olhos.
- E eu porque estou com a Rebeka! Se não eu estaria tranquila no refeitório fazendo o que a minha vida se resume em fazer além de estudar: COMER!!! - Madu acrescenta.
- Ah, que pena. Má escolha. Só que eu acho que vocês vão ter que me esperar aqui! - digo entrando no banheiro masculino - Tchaau!
- Anda logo! - Rebeka diz, irritada.
- Como é que você quer que eu faça minhas necessidades andando?!- digo fechando a porta e ouço Madu dar risada.
- Cala boca, idiota! - responde, dando risada - E você, Maria Eduarda?? Está do lado dele?!
- Não amiga. Eu tava vendo um meme aqui no celular. - responde, ainda rindo. A amiga respondeu algo, mas eu não pude ouvir, pois já estava distante da porta.
Assim que termino de fazer xixi, lavo minha mão e subo em cima de um vaso sanitário que fica 'embaixo' de uma janela grande. Passo por ela com facilidade e pulo pra fora. Apesar de a janela ser alta, eu caio em pé, pois também sou alto.
A sensação de liberdade que senti foi inexplicável, finalmente estava livre delas! Mas estou com fome, então vou à cantina comprar algo pra comer. Pego o lanche preferido do meu irmão: pão de queijo e Coca-Cola. É claro que peguei tudo rapidamente pra não correr o risco de ser visto pela Madu e Rebeka.
Escondo os alimentos nos bolsos da blusa e entro na biblioteca. Fico no fundo pra bibliotecária não ver que estou comendo. Coloco You Don't Know, da Katelyn Tarver, e fico lá até o final do intervalo.
Entro na sala e olho pra Rebeka, que está me encarando vermelha como um pimentão. Começo a ir em direção à minha carteira, segurando a risada e tropeço em algo, mais especificamente um pé, perco o equilíbrio e caio de cara no chão, na frente da carteira de Carter, que fica na frente da de Vitória. Incrível coincidência, não acha?
Coloco meu capuz de volta e me levanto com a ajuda de Rebeka, enquanto todos dão risada, principalmente Vitória. Apesar de realmente não precisar da ajuda dela, aceitei para não estender o assunto.
Nem me pergunte como ela chegou até mim, se não vou ter que citar o fato de ela ter dado uns bons empurrões em quem estava no meio do caminho dela!😑
- CARTER, SEU IDIOTA! POR QUE VOCÊ FEZ ISSO, SEU IMBECIL?! - Rebeka grita, indignada.
- A cadelinha vai defender ele agora?!- diz ironicamente, se levantando.
- Cadela é tua mãe, SEU VAGABUNDO!!!- diz metendo um tapa na cara dele.
-TRETA! TRETA! TRETA! TRETA! TRETA!- o pessoal da sala começa a gritar.
- Você não devia ter ter feito isso, SUA VADIA!- ele fala agarrando os pulsos de Rebeka e sacodindo-a.
- Larga ela, Carter. Agora.- digo dando um passo na direção deles, com meu rosto abaixado.
- Deixa que eu resolvo isso, Samuel - ela diz, tentando se soltar.
- Se não o que, seu nerd escroto?! Vai tirar seu capuz idiota e mostrar o horror que você é? Aliás, você acha mesmo que isso aí esconde alguma coisa?! - diz apertando mais os pulsos dela e dando risada.
- TRETA! TRETA! TRETA! - continuam a gritar. Pelo visto, o professor ainda não tinha voltado para a sala.
- Eu avisei!- digo e vou pra cima dele dando um soco em sua cara, enquanto ele solta Rebeka e a mesma dá um chute nas bolas deles, fazendo com que o mesmo caia de joelhos no chão.- Ele te machucou?
- Não se preocupe. Eu tô bem! - ela responde.
Carter se levanta com os punhos cerrados e vem em minha direção. Eu desvio e puxo ele pela cintura até ele ficar de frente pra mim e meto dois socos seguidos em seu rosto, o que faz com que os alunos gritem ainda mais.
- TRETA! TRETA! TRET......
- Os autores dessa algazarra, agora pra minha sala! O resto, sentem-se em seus devidos lugares!- o diretor Sparks ordena, enquanto Rebeka pega a bolsa em sua mesa, enquanto percebo que o nariz do menino estava sangrando.
Enquanto eu, Rebeka e Carter seguimos o Sparks pra sala da diretoria, Rebeka arremessa algo para Carter.
- Seu idiota! - diz, quando percebo que era um lenço de papel, o que me deixa muito confuso.
- Sem xingamentos, senhorita Gregori! - o diretor reclama.
- Desculpa, senhor Sparks, mas eu não falo nada mais do que a verdade.- diz revirando os olhos.
Entramos na sala do diretor e lá ficamos pelo resto da aula. Carter disse que fez aquilo porque a Vitória mandou, então ele levou suspensão e eu, Vitória e Rebeka levamos advertência. Carter ficou puto da vida, mas não tinha o direito de contestar, já que foi o mesmo que começou.
...
- Por que você me protegeu?- a garota pergunta enquanto vamos a pé pro prédio.
- Porque ele é um babaca que estava de certa forma agredindo uma mulher. No caso, você... Odeio injustiça. Olha o tamanho dele e o seu.
- Sim, faz sentido.... muito obrigada! Outra coisa que eu não entendi foi o por quê de você deixar eu e a Madu plantadas na porta do banheiro masculino passando a maior vergonha! Como você saiu de lá?! Onde você tava?!
- Desculpa, mas eu realmente queria ficar sozinho! E eu não sei se tu sabe, mas tem janelas bem grandes no banheiro! Fui comer na biblioteca.....
- Eu não acredito que tu fez isso só pra se livrar de mim! - ela diz, morrendo de rir, enquanto eu me seguro para não o fazer.
- Por que você deu o lenço pra ele?- indago, por era algo que minha mente não conseguia processar.
- Eu não sei. Não me entendo as vezes. Quase todas, na verdade.
Ela ficou rindo por um bom tempo e depois começamos a falar sobre o que poderíamos fazer pro trabalho. Decidimos fazer hoje mesmo no meu AP, então fomos direto pra lá.
...
- Espera aqui na sala que eu vou tomar um banho.- digo ligando a TV e jogando o controle pra ela.
-Okay!- diz aconchegando-se no sofá enquanto eu vou pro meu quarto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Verdades Secretas
Teen FictionA história de um garoto estranho, chamado Samuel, de 19 anos. Não tem amigos (por enquanto), foi criado pela tia, não tem pais (pelo menos não conhece) e é apaixonado pela garota mais putiane da Universidade, que nunca ligou pra ele. Para quem não g...