Love By Chance - Jin Fanfiction

Prólogo

 “Ser incompreendido, certamente é angustiante, mas estar do outro lado... é igualmente angustiante e desconfortável.” - My Shy Boss

20 de março de 2017

Café Giorgino, São Paulo – 9:00

O sol raiava incansavelmente sobre os suntuosos prédios de São Paulo, e o calor era abrasador. As pessoas se aglomeravam nas ruas, alguns procurando uma sombra refrescante para dar um descanso.

Mas para Ellie, o dia parecia ser anormalmente escuro e frio. Havia recebido logo cedo a notícia de que um cliente importante havia cortado negócios para com sua empresa e agora, sentada sozinha em uma mesa no canto, escutava seu noivo, quase em um estado inconsciente, como se um corpo sem vida estivesse presente.

- Nós temos muitas diferenças... – diz seu noivo sem nem ao menos olhar em seus olhos – Percebi que nós não somos... Como é mesmo a palavra? Compatíveis!

“Como ele chegou a essa conclusão estranha?” pergunta-se Ellie, “não era ontem que estavam conversando sobre o casamento? O que aconteceu para que da noite pro dia tornassem incompatíveis? Ahh...” diz para si mesma quando algo lhe vem a mente “...foi no momento em que disse que não daria todo meu dinheiro a ele.” Ellie olha para sua xícara de café e abre um pequeno sorriso.

- É interessante como as pessoas mudam de ideia tão facilmente, é por isso que fica difícil o ser humano depositar sua fé em algo. – diz.

- É compreensível que pense assim e quero que saiba que sinto muito, eu realmente...

- Não peça desculpas... – Ellie volta seus olhos novamente para ele e seu sorriso esmaece - ...Eu que cometi o erro de confiar em um lixo como você.

- Lixo? – diz o ex-noivo indignado.

- Acha que estou sendo rude? Quer que eu pergunte para as pessoas aqui o que acham de alguém como você? Posso até fazer uma lista com todas as vezes que você pisou na bola comigo.

- Não dá mesmo para conversar com você. – diz ele, passando a mão no cabelo, um gesto que ele sempre fazia quando estava nervoso.

Ellie o encara por um momento e solta um suspiro.

- Ok, vamos fazer isso. – diz - Vamos terminar.

Ele se inclina e pega a mão dela.

- Ellie, eu realmente sinto muito.

Ela afasta sua mão com um tapa e a coloca sobre o colo, amaldiçoando a si mesma por estar tão trêmula.

- Já disse para não se desculpar. – Para ela não servia para nada palavras vazias e sem veracidade. – Vá, me deixa sozinha.

- Quer que eu vá falar com seus pais?

Ela inclina um pouco a cabeça e pensa que se ele fosse, não sairia completamente inteiro. A cena lhe dá uma pequena satisfação e sentiu uma grande vontade de dizer sim, mas o fato de ter de vê-lo novamente lhe causa repulsa.

- Não é necessário, eu me viro com eles. – responde por fim.

- Ok.

- Ah – diz ela quando ele começa a se levantar – Só para deixar claro. – Ela o olha e a intensidade do seu olhar quase o faz cair novamente sobre a cadeira. – Não existe segunda chance comigo. Então nunca mais apareça na minha frente.

Ele engole em seco e assente, virando-se para então se afastar.

Ellie o observa enquanto ele sai do café e atravessa a rua, até sair completamente do seu campo de visão. Com as mãos trêmulas, pega sua xícara de café que até então não havia sido tocada e bebe um gole.