Prólogo

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Era uma noite densa, estava frio e a única iluminação que tinha era a da lua, que com a sua luz prateada iluminava aquela estrada que era de terra coberta por cascalho. Três homens altos e magros, caminhavam sobre ela com muita pressa, fazendo com que o cascalho se espalhasse e caísse para o lado. Uma floresta muito grande e sombria circundava a estrada e os galhos das árvores invadiam-na em alguns pedaços.

O homem que estava ao lado direito perguntou para o que caminhava no meio:

— Capitão, você não acha que estamos perdidos, pois faz horas que estamos andando. — Enquanto ele pronunciava essas palavras, uma fumaça esbranquiçada saia de sua boca por causa da baixa temperatura.

— Eu acredito no que o ferreiro disse, e vamos continuar andando até encontrá-la. — Respondeu o homem do meio, que estava segurando o cabo de sua espada, e esta estava em sua bainha, que lhe acertava o joelho conforme o balançar de sua perna.

— Capitão. — disse o homem à esquerda, Malcolm. — Eu acho que Oliver tem razão. Estamos caminhando por essa estrada há horas.

— Já disse. Confio no ferreiro.

— Então ele podia pelo menos ter nos avisado que ia ser um longo caminho que eu tinha trazido um lanche, pois estou com muita fome. — disse Oliver passando a mão na barriga, que estava roncando.

— Fica quieto e continue andando. — disse o capitão. — Ah, e cuidado com.... — e ele parou de falar, pois Oliver já havia acertado o nariz num dos galhos que invadia a estrada.

— Você podia ter me avisado. — gritou Oliver e logo colocou a mão no nariz, pois estava doendo muito e um fio de sangue escorria por sua boca até chegar no queixo, de onde pingava até o chão.

— Para de reclamar Oliver. — Uma voz saiu do meio da floresta.

Os três pararam de andar, desembainharam suas espadas e olharam para o lado, e de dentro da floresta saiu James com a sua espada em mão.

Ao perceberem que era James, os três respiraram aliviados e logo embainharam suas espadas. Oliver pronunciou algumas palavras, mas por estar com a mão sob o rosto, ninguém pode ouvir o que ele disse.

— Encontrou-a? — perguntou o capitão, se aproximando de James.

— Sim! Está a uns quinhentos metros daqui. — E James apontou para a frente, seguindo a estrada.

— Eu disse que confiava no ferreiro, ele não mentiria para mim. A não ser que quisesse ter a sua garganta rasgada pela minha espada. — E olhou para Oliver.

James, então, embainhou sua espada, e disse — Galhos malditos. Precisei desembainhar a minha espada e cortá-los para eu poder passar.

E assim começaram a andar novamente. A cada minuto que passava, eles aumentavam a velocidade. Alguns minutos depois, eles chegaram em um grande penhasco onde havia uma ponte de madeira estreita que levava até o outro lado. Uma densa neblina cobria toda a outra parte da estrada.

— Cuidado! — James saltou e segurou no ombro de Malcolm, que estava andando despercebido, e quase caiu na grande cratera. — Olhe por onde anda da próxima vez, pode ser que eu não esteja por perto.

— Obrigado. — Malcolm agradeceu.

James caminhou até a ponte, e ficou olhando para aquela neblina misteriosa.

— Estava aqui. Eu a vi. — James colocou as duas mãos em sua cabeça.

Ele andou um pouco mais e pisou na ponte. Esta estremeceu toda e um grande vento muito forte surgiu, uivando como um lobo, e começou a espalhar a neblina para todos os lados, que rapidamente tomou conta de todo o local.

O Tesouro da Irmandade - Amaldiçoados ( Livro 1) - EM PAUSA INDETERMINADAOnde histórias criam vida. Descubra agora