tudo vai ficar bem ↣ kth + myg

Capítulo Único

Eae galera, aqui vai oneshot do plot que muita gente no twitter gostou e pediu para que eu escrevesse, eu espero que vocês gostem.

Me desculpem os erros, ele não está betado.

X

Taehyung não sabia como lidar com todos olhares de pena que lhe eram lançados desde que nascera, até pessoas desconhecidas que acabavam vendo a data riscada em seu pulso demonstravam tristeza, como se o peso de viver sabendo que sua alma gêmea está morta fosse delas e não do menino que fora abandonado em um orfanato porque os pais provavelmente não queriam lidar com uma criança cujo destino era ser solitário durante toda uma vida.

09/03/1893.

O que também incomodava o jovem adulto era o fato que seu próprio olhar para a sua situação era de pena. Porque ele? Ele tinha certeza que nunca fizera nada tão horrível em sua insignificante vida para merecer nunca ser amado, era uma injustiça, normalmente pessoas se preocupam ao ver que suas almas gêmeas tem uma diferença de idade estranha, mas nunca era uma diferença de mais de um século.

Sua alma gêmea estava morta antes mesmo de Taehyung nascer.

— Que merda. – Havia comentado um homem que bebia consigo em uma das noites que o álcool parecia a única solução para seu sofrimento.

— É, uma merda. – Respondera pensando o quão patético era por estar desabafando com um estranho numa quarta-feira de noite cheirando a vodka barata.

Todas as vezes que olhava para trás se sentia mais humilhado. Taehyung por um tempo tentou ser positivo, dizendo que aquela data não significava nada e que ele poderia ter uma vida normal, até que funcionou por um tempo, no ensino médio até mesmo namorou um menino chamado Bogum, mas durou o tempo para que este achasse sua alma gêmea e largasse o órfão com a desculpa de "Eu não vou conseguir te amar como eu amo ele". O coração do adolescente foi quebrado em milhares de pedaços e quando se envolveu com uma menina, Wheein, mais tarde aprendeu que havia cometido o mesmo erro duas vezes ao abrir a caixa do correio meses depois do término e descobrir ali um convite para o casamento dela com sua alma gêmea Hyejin.

Ele aceitou que seu destino era sem ninguém ao seu lado, em todos sentidos, já que nunca conseguiu manter uma amizade ou até mesmo ser acolhido por uma família, tendo que correr atrás de comida e teto quando completou maioridade e não podia ficar mais no orfanato.

Às vezes ficava sentado no colchão que tinha em seu apartamento de um quarto só pensando como havia sido a vida de sua alma gêmea, sendo uma pessoa sozinha no século passado, se perguntava o que era pior: ser sozinho antigamente ou na era da tecnologia onde a felicidade de todos que tinham almas gêmeas vivas está estampada por todos os cantos que os olhos podem alcançar?

Ele desligava a luz deixando apenas que a luminosidade dos postes na rua entrassem no cômodo e colocava em replay uma velha música de piano para tocar, era a única coisa que chegava perto de confortar seu coração manchado demais para alguém de 21 anos.

Taehyung não sabia o quanto já havia chorado, mas dizia que poderia restaurar o reservatório de água no mundo, ele nem mais sentia a dor de cabeça e ardência nos olhos, era comum demais para ele notar assim como cada vez as bolsas embaixo dos seus olhos aumentavam com a mesma frequência que o brilho diminuía.

Ele atingiu seu ponto mais fundo quando se pegou caminhando pela ponte do rio Han pensando porque ainda não havia se jogado, não existia nada que o impedisse, sem famílias, sem amigos, sem alma gêmea. Talvez, se ele se jogasse ele finalmente encontraria a pessoa destinada a si e ela diria que estava já ficando cansada de lhe esperar. Mal percebeu que já estava sentado em cima das grades que tentaram separar muitas vidas de serem perdidas, mas falharam e falhariam de novo com Taehyung. Lágrimas tão familiares com suas bochechas escoriam e o jovem soltou as mãos, porém a queda e o impacto nunca aconteceram e sim um aperto em seu pulso.