Capitulo 1

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Quando abro os olhos, antes mesmo de me levantar, todo o cronograma do dia se passa pela minha mente, visualizo meu chefe gritando, o auxiliar de edição ou seja lá qual for o cargo daquele cara de óculos tropeçando sob qualquer coisa que só ele enxerga com toda aquela papelada na mão, a colunista de moda flertando com o fotógrafo por baixo dos papéis voando que saltaram das mãos desastrosas do cara, acho que Gregori o tropeçador de coisas invisíveis, e por fim aquele barulho insuportável da cafeteira velha que todo mundo cisma em usar o dia todo mas não pensam em substituí-la, eu trocaria esse fazedor de pó preto expresso em água, mesmo odiando ele se me sobrasse dinheiro, a única coisa que gosto no café é seu cheiro e olhe lá, sim, sou um ser humano horrível, e agora depois de visualizar meu depressivo dia posso finalmente levantar escovar os dentes e ir trabalhar. Piada, enfio a cara no travesseiro e fico socando-o até estar suficientemente atrasada pra chegar ao escritório e não ter que cumprimentar ninguém. Eu odeio meu trabalho, quando eu morrer vai estar gravado na minha lápide, aqui jaz uma editora-chefe frustrada. Você deve estar se perguntando como uma editora-chefe de uma revista feminina pode ser frustada, sabe aquelas mulheres chiques, em seus saltos agulhas 36 e terninhos caros dos filmes de comédia romântica que você vê na tv, pois bem, não sou esse tipo de editora chefe, eu calço 38 e estou mais pra comédia frustante. Meu nome é Pâmela Lodd, e essa não é uma história de conto de fadas, sinto muito te decepcionar mas não existe "essa coisa de magia", e a minha história não tem um final feliz, no início você vai me amar, entretanto vai me odiar por ter te trazido até aqui, por fim não diga que eu não avisei.

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