Capítulo 8

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         Quando o relógio marcou seis horas da tarde, eu estava entrando pelas portas do bar. Os olhares dos meus amigos encontraram os meus e o sorriso brilhante de Cléo iluminou o seu rosto. Todos vieram até mim e me deram um abraço coletivo, Saimon quase amassou todos nós, se eu não conhecesse o seu coração, teria medo dele.

— Onde você estava?  — Cléo perguntou quando o abraço coletivo se desfez.

— Eu precisava de um tempo. — Respondi a ela que assentiu.

— Sentimos falta de você. — Rose falou.

— Eu também senti falta de vocês. — Meus olhos marejaram diante do carinho que eles sentiam por mim.

— Eu quase matei o seu ... — Samu pigarreou procurando a palavra certa para definir o Kevin.

— Oh, ele não é mais nada meu, Saimon. Fique a vontade para lhe ensinar boas maneiras. — Eu disse e nós rimos. 

— Pode deixar, chuchu. — Eu revirei os olhos diante do apelido. Meus olhos percorreram o lugar procurando por uma funcionária nova. 

— Será que eu consigo recuperar o meu emprego? — Perguntei e eles sorriram.

— Nós estávamos esperando por você. — Rose disse e eu sorri.

— E o Jeff ? — Perguntei e ela deu de ombros.

— Ele sabe que você precisava de tempo. — Respondeu e eu sorri.

— Mas eu nem trouxe meu uniforme. — Eu olhei para eles extremamente surpresa e muito -muito- feliz. 

— Temos um armazém de uniformes esperando por você. Vem! — Rose me levou até uma sala dentro do escritório de Jeff e me deu um novo uniforme. Voltei ao balcão e sorri aliviada ao ter de volta o meu emprego. Tomás aproximou-se e sentou no banco a minha frente. 

Ele pairou suas grandes órbitas azuis em mim e eu sorri.

— Finalmente você esta de volta. — Eu sorri e o abracei. 

— Espero que você tenha continuado sóbrio durante o tempo que estive fora. — Ele assentiu.

— Eu não pisaria na bola, agora que tenho minha mulher de volta. — Eu sorri, o abracei e parabenizei. 

— Então meus conselhos foram bons? — Perguntei e ele sorriu.

— O que seria de mim, sem você não é mesmo? — Perguntou e eu sorri agradecida.

— Não sei como você se virou todos esses anos. — Disse irônica e ele riu.

     Tomás além de meu melhor cliente, era quase um irmão.


    A noite anterior foi bastante agitada no bar, e só agora eu percebi o quanto eu senti saudades. Mesmo que o trabalho esgotasse todas as minhas energias, eu amava aquele lugar e aquelas pessoas. Resolvi voltar a frequentar a faculdade e estava tentando controlar o meu nervosismo o máximo possível mas era complicado,eu não sabia o que esperar. Quando desci do ônibus e avistei o portão, meu coração batia mais acelerado do que no primeiro dia, tive que fazer bastante força para que meus pés atravessarem a rua em direção a entrada, mas mãos firmes me puxaram pela cintura e me apertaram junto ao seu corpo. Uma bicicleta passou como um raio aos meus olhos e eu expirei aliviada por não ter sido atropelada por ela.

Virei-me para ver os olhos da pessoa que havia me salvado.

— Obrigada! — Agradeci. Olhei para suas mãos que ainda estavam na minha cintura.

A CHAVE DO CORAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora