A CHAVE DO CORAÇÃO

Capítulo 13

        A semana de provas foi tensa e fez meu índice de estresse aumentar absurdamente, nem eu mesma me suportava, quem dirá os outros. Meu relacionamento com o capitão estava melhor do que eu poderia prever, ele foi o único que não brigou comigo nos últimos seis dias e isso era algo extraordinário, se levasse em consideração que ele dormiu no meu apartamento a semana toda.

— Bom dia! — Ele disse ao espreguiçar-se na minha cama. Talvez estivéssemos indo rápido demais. Só talvez.

— Bom dia capitão. — Respondi e selei nossos lábios.

— Temos um jogo hoje baby. — Sussurrou e me agarrou com as pernas. Eu deito a cabeça no seu peito e as batidas do seu coração me arranca um sorriso.

— Uma pena, porque eu prefiro ficar nessa cama com você. — Disse. Eu sabia que ele estava sorrindo, mesmo sem olhar para o seu rosto.

— Não fale assim flor, porque dessa forma eu vou acabar cedendo. — Respondeu. Eu tinha mesmo toda essa influência sobre ele? Soltei um riso nasalar.

— Levante dessa cama e vamos vencer o jogo. — Disse e depositei um beijo na sua nuca. Seus pelos se arrepiaram e ele deixou escapar um grunhido.  O verde dos seus olhos me analisaram por alguns instantes e ele abriu a boca para dizer algo, mas a fechou logo depois. Eu não deveria estar tão fissurada pelos seus lábios carnudos, mas eu estava.

♥

      Antes de entrar no túnel que levava ao vestiário, Kevin uniu nossas bocas em um beijo desesperado. Suas mãos acariciaram minhas costas, enquanto as minhas puxaram seus fios castanhos.

— Me espere aqui no fim do jogo, tudo bem? — Pediu. Eu assenti e ele sorriu. Um sorriso de quem estava me escondendo algo e os seus olhos brilharam me deixando curiosa.

— Quer me contar algo? — Perguntei.

— Não. — Respondeu e gargalhou. — Porque?

— Por nada, só que... esquece. — Respondi. Pode ser que eu esteja exagerando.Ou ele está me enlouquecendo. Seus lábios se desfizeram do sorriso presunçoso apenas quando se uniu aos meus, sua língua percorreram os cantos da minha boca que já conhecia muito bem.

— Eu preciso ir baby. — Disse. Eu assenti.

— Acabe com eles. — Gritei enquanto ele se afastava. Escorei os ombros na coluna do meu lado esquerdo e acompanhei o movimento do seu corpo até que ele desaparecesse por completo do meu campo de visão. Peguei meu celular no bolso para comunicar-me com minha melhor amiga.

"Onde você está?"

"L14."

       Sua resposta curta me faz deduzir que ela ainda estava com raiva pela nossa briga durante a semana. Revirei os olhos por saber que ela me faria rastejar. Filha da mãe. Entreguei minha identidade ao segurança e ele me encarou sorrindo, exatamente como o Kevin tinha feito a exatos seis minutos atrás. Franzi o cenho confusa. Averiguei se meu zíper estava aberto, ou meus dentes sujos.

Tudo OK! Então porque eles me olharam como se eu fosse um alien?

Desisti de entender quando o cara da pipoca me olhou da mesma forma. Tinha algo muito errado acontecendo ali. Sentei-me ao lado de Íris e sua cara para mim era de quem iria arrancar meus olhos e fazer farofa.

— Oi. —Disse. Seus olhos castanhos me encararam por apenas dois segundos e ela virou sua garrafa de Budweiser na boca. Ela estava exagerando. — Jura que vai me ignorar? — Perguntei.