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Dr., quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, mas acho que mudei muitas vezes desde então.

...

Com uma grande variação de personalidades e transtornos, aquela roda era feita.

— "Interação" — Jackson Wang bufou, após quase meia hora de silêncio, sentados naquele chão.

Uma proposta de interação havia sido feita, obrigando dois grupos considerados "rebeldes" a se aproximarem naquela tarde de inverno, onde suas pernas cobertas por calças quentes, estavam de encontro ao chão, talvez, com exceção de Min Yoongi, que estava enrolado em um cobertor felpudo.

— O Dr. só quer que façamos algo produtivo com nosso tempo — Mark Tuan, um garoto mestiço, explicou — E talvez, evitar que aprontemos por hoje, antigamente isso resultaria em um belo tratamento de choque.

Mesmo com a voz suave, era perceptível a fascinação que o jovem ruivo tinha pelo assunto.

Youngjae torceu o nariz, cutucando Jaebum.
— Eu discordo — o Choi disse — Ele quer formar vínculos.
— Não seja bobo — Jaebum retrucou, lhe acertando um peteleco — Dr. Kim só quer infernizar nossa amada existência, e mantendo todos nós juntos, é mais fácil ficar de olho, ou ninguém percebeu aquela câmera mirada em nossa rodinha?

"Rodinha" era um termo que não deveria ser usado, já que a atual roda, continha 11 garotos.

Kim Namjoon bufou, meio entediado, enquanto observava uma pequena mariposa no canto da parede branca.

— Não entendo o motivo de colocarem caixas e mais caixas de jogos aqui, sendo que são todos infantis e sem graça.

— Preferia morrer a jogar isso — Jung Hoseok tirou os tênis, acertando os em um garoto próximo, Jinyoung, que deu um berro.

Kim Namjoon, juntamente com Park Jimin, Min Yoongi, Jung Hoseok, Kim Taehyung e o sumido Jeon Jungkook, eram um grupo mais próximo, embora muitas vezes nem se falassem. Compartilhavam uma das alas da clínica psiquiátrica Gohu, enquanto os restantes, eram outro grupo, dos quais também consideravam rebeldes ali dentro.

Após uma breve discussão começar, por cansaço ou simples tédio, Jeon Jungkook foi liberado de sua consulta diária, e correu pelos corredores para onde sabia que se encontravam aquelas pessoas cujo procurava.

— Eu tenho uma ideia! — quase sem fôlego, apoiou as mãos nos joelhos, para respirar melhor — Tenho um jogo em mente.

Park Jimin sorriu curioso, um sorriso largo, com os olhos preguiçosos, mesmo que atento.

— Que jogo seria esse?

O garoto, ao se recuperar de sua recente corrida, sentou-se de qualquer modo no chão, respirando fundo antes de explicar.

— Alice no País das Maravilhas.

Mesmo seu sorriso lunático, não intimidou ninguém ali, porém, nenhum presente riu também, apenas esperaram com o prosseguimento que aquilo teria.

— Vamos ser personagens, como os do filme que passou terça-feira, o que acham?

Esperto como sempre, Kunpimook, um tailandês de bochechas cheinhas, que cujo era chamado de Bambam, questionou:

— Vamos sortear os personagens e imitar eles e as personalidades deles?

— Sim, em segredo, ninguém sabe o de ninguém, e não devemos dizer.

— E quanto tempo de duração tem isso? — Hoseok perguntou. — E que graça vai ter brincar disso?

Jungkook revirou os olhos para o mesmo, e Min Yoongi murmurou:

— Quem descobrir a Alice, ganha. Mas lembrando, não se pode contar a ninguém quem ela é.

O Jung tornou a ficar confuso, balançando os cabelos.
— Tudo bem, mas... — olhou a volta, sem sorrir — Como vamos saber se a pessoa ganhou ou não, então?

Todos ali começaram a murmurar sobre isso e a acusar uns aos outros como trapaceiros, até Jeon ter voz novamente.

— É simples — assegurou, arrancando um fio teimoso da calça de Park Jimin — Ao ser descoberta, a Alice deve ser assassinada.

O silêncio tomou conta do lugar, todos pensativos demais sobre o assunto.
Aos poucos, cada rosto foi tomado por uma expressão indecifrável, tendo algo em comum, um sorriso.

Aquela poderia ser uma péssima ideia, um tipo de roleta russa, mas quem ligava? A sanidade não era presente naquele local.

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