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Siyeon odiava seu emprego.

O que seria pior do que trabalhar com pais que questionavam cada passo que a garota dava? Siyeon ainda não havia encontrado algo pior. Ela reconhecia que talvez estaria exagerando, pelo menos tinha um emprego. Mas a maior conquista de todas era morar sozinha. Era como se todo o peso existente no planeta tivesse sido tirado de suas costas quando Siyeon finalmente se mudou da casa dos pais. Infelizmente, ficou presa ao emprego. Mas desse empecilho ela conseguiria se livrar em breve.

Ela também reconhecia que não era tão ruim assim. O acordo era o seguinte: Siyeon estudaria na universidade que quisesse e o curso que quisesse e, em troca, trabalharia na padaria dos pais para compensar os gastos com os estudos. Era mais fácil assim, ela sabia.

Naquela tarde, ela deixou a padaria dos pais nas mãos do irmão mais novo, dizendo que precisava estudar para a prova que teria na manhã seguinte.

A prova era inexistente, porém seu encontro não.

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Yoohyeon havia jurado que a garota com quem havia combinado um encontro com Siyeon era exatamente o tipo de sua amiga. Siyeon revirou os olhos constantemente na noite em que Yoohyeon a implorou para ao menos tentar. Não acreditava nessa de "tipo". Ficaria feliz se alguma garota pudesse (e quisesse) suportar a bagunça que era sua vida pessoal.

"Você acha mesmo que sua vida é uma bagunça? Então vocês precisam mesmo se conhecer. Ela odeia os pais e é lésbica, você quer mais que isso?" contou Yoohyeon empolgada.

Siyeon riu baixo, "já que tudo é uma piada nessa vida, eu vou, vou ao encontro com essa tal Juni, o pior que pode acontecer é eu sair de lá com fome," zombou ela.

Ela nunca tinha visto Yoohyeon tão empolgada. Era um tanto triste ver suas amigas tentando preencher o vazio que sentia. Siyeon já havia explicado às amigas: não sabia a origem desse vazio e muito menos como tapar esse buraco imenso. Yoohyeon desconfiava que era por conta dos pais da amiga, uma situação que ainda não tinha solução definitiva, então, exatamente pelo fato de não saber o que fazer para ajudar ou remediar o problema, continuava tentando trazer momentos efêmeros de felicidade para a vida de Siyeon.

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Siyeon deixou a padaria exatamente às seis da tarde. Segundo Yoohyeon, o cupido que Siyeon não merecia mas precisava, Juni estaria no restaurante às oito em ponto. Ela teria algum tempo extra para se arrumar.

Pegou o ônibus às seis e quinze, o que implicou que chegasse em casa às seis e meia da tarde. Subiu as escadas do edifício onde morava rapidamente, seu estômago roncando a apressava para comer o que quer que fosse. Ao encarar a porta de seu apartamento fechada, Siyeon procurou pelas chaves na bolsa; logo as encontrou e abriu a porta.

Seu apartamento era sempre um caos. Siyeon não entendia o motivo de tanta bagunça, sendo que mal ficava em casa. Ela estreitou o olhar, observando tudo o que estava fora do lugar. Respirou fundo, "quer saber de uma coisa? Que se dane," decidiu ela, deixando a bolsa sobre o sofá repleto de roupas que pareciam ter acabado de sair da lavanderia, e correu para a cozinha comer algo.

Respirou o ar puro e com aroma de flores que tinha sua casa. Prendeu os cabelos e tirou sua camiseta. O dia ainda estava quente lá fora. O sol demorava a se despedir naquele clima.

Decidiu montar um sanduíche rápido e leve. Não queria passar vergonha na frente da garota Juni. Siyeon riu baixinho. Gostava daquele nome. Algo sobre ele deixava Siyeon curiosa. Que tipo de garota seria a tal Juni? Yoohyeon não lhe deu uma dica sequer sobre o que ela fazia, do que gostava, se tinha um gosto musical impecável… Siyeon grunhiu sozinha. Decidiu deixar esse pensamento para depois, o que precisava fazer no momento era comer.

Ou era o que ela pensava que faria naquele momento.

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agradeço do fundo do meu coração cheio de amor a quem lê essa doideira!!!! faculdade pegando no meu pé ultimamente, porém logo volto. obrigada por ler ⭐💌💝

you're the one ; sua/siyeon [dreamcatcher]Onde histórias criam vida. Descubra agora