Rotina

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Era começo de fevereiro quando pisei novamente nos pisos da escola estadual de Fernandópolis, volta as aulas nunca foi minha data predileta como todo adolescente que se preze tenho o direito de não gostar da rotina de trabalhos, provas, estudos, professores e pessoas idiotas que a escola me preporciona, porém como todo pai que se preze o meu mais conhecido como Sr. Bezé não me deixa faltar um dia se quer com esse papo de "estudo é o que mais importa" "nunca pare de estudar" entre outras frases que são diariamente ditas para mim no café da manhã.

Cheguei a escola um pouco antes do sinal bater para garantir que conseguisse um lugar no fundo longe dos olhares curiosos dos professores que logo iriam entrar na sala para mais um discurso sobre seu modo de ensino e o quanto vamos aprender no ano, me preucupei em ficar longe das janelas porque foi onde me sentei ano passado não queria cometer o mesmo erro esse ano, quando se está em um segundo ano do ensino médio é preciso se atentar a certos detalhes que garantirão sua popularidade durante o decorrer do ano.

Me reencosto na cadeira me lembrando que acordei cedo o sono agora estava insuportável diante de uma sala praticamente vazia não demora muito até que caiu no sono tirando quaisquer pensamento da minha mente incrivelmente bagunçada e sonolenta e  dando espaço para um breu imenso.

Acordo com o soar do sinal que anúncia a entrada dos professores as suas devidas salas, olho em volta e vejo a mesma turma de sempre, desde a 1° série que somos sempre os mesmos nas carteiras logo avisto do meu lado minha linda namorada Carol, que me recebe com um sorriso e um bom dia, avisto também Lucas, Filipe,Julia e Luan me animo ao ver que Luan se juntou novamente a nós esse ano porque ano passado ele foi o único a cair em uma sala separada ele disse que foi bom pois fez novas amizades mas mesmo assim eu não gostaria de ter essa "sorte"

-Amor?-a palavra dita de forma tão doce por Carol interrompem meus pensamentos e me trazem de volta para o presente.

-Sim?- respondo pensando o quanto sou apaixonado por essa garota

-Então o que acha?- Ela fala apontando para o cabelo,  nesse momento tenho total certeza que deveria estar reparando alguma nova mudança em seu penteado

fingindo que sei do que se trata respondo

-Está ótimo!

Ela sorri e volta a mexer no cabelo longo e loiro tão liso e cheiroso isso só me faz lembrar a sorte que tenho de estar com essa menina

O professor entra na sala falando alto e claro

-Bom dia turma, sou Dorian seu professor de matemática...- Depois disso não escuto mais nada a palavra Matemática não me atrai muito sou péssimo e não me esforço pra melhorar, corro novamente os olhos pela sala e encontro uma figura da qual não me lembro de ter visto antes sentada na ultima  carteira perto janela mantém a cabeça baixa seus cabelos longos negros e enrolados tem um perfume maravilhoso que o vento me trouxe,  por alguns segundos ela levanta a cabeça como se visse que eu estava a encarando mas logo a abaixa , esses poucos segundos me deixam cara a cara com olhos castanhos quase verdes uma pele escura como chocolate e uma boca com um tom marrom claro.

Fico extasiado com tanta beleza mas desvio o olhar para um outro canto da sala onde avisto Pedro, não sou do tipo de pessoa que as outras pessoas não gostam,  pelo contrário tenho muitos amigos mas Pedro é um cara que eu não consigo me dar bem não que ele tenha feito algo pra mim o problema é ele ser ele isso é insuportável.

O professor fala algo sobre uma dinâmica e logo começa a perguntar os nossos nomes e desde de quando estudamos na escola estadual de Fernandópolis

-Luan, estudo aqui desde a primeira série

-Lucas, também sempre estudei aqui.

Por algum motivo o professor pulou a menina dos cabelos enrolados, ela passou o dia todo ali sentada sem troca se quer uma palavra com ninguém.

O sinal soa novamente anunciando o fim das aulas naquele dia vejo todos saindo da sala correndo como se algo importante fosse acontecer e estivessem todos atrasados, mas a garota dos cabelos enrolados continua ali sentada, com toda a calma do mundo levanta e começa a arrumar os materiais,  me levanto indo em direção a ela quando Carol aparece na porta

-Vamos?

-claro

Saiu da sala e acompanho Carol até sua casa a dou um beijo e vou embora

Cheguei em casa atrasado, como de costume Bezé me esperava sentado a cadeira da cozinha:

-Atrasado diz Bezé levantando os olhos por cima dos óculos que o ajudavam a ler a página de esportes do jornal local.

- É me desculpe,  passei para deixar a Carol em sua casa.

- E como foi o primeiro dia?- Nesse momento paro para analisar rapidamente como teria sido o meu primeiro dia e só digo uma palavra

-Normal...

-Sua mãe ligo, perguntou se você vai ao aniversário da sua irmã no fim de semana, respondi que sim.- Nesse momento fiz que sim com a cabeça em concordância com a sua afirmação e continue a colocar as batatas fritas em meu prato.

-Bom eu vo ir trabalhar você demorou por tanto ja almocei-Ele encera a frase me dando um beijo na testa e sumindo no corredor que vai até a porta de saída.

O telefone vibra anunciando uma nova mensagem olho a tela do celular e vejo o nome de Luan,  Luan não é um cara do tipo comunicativo provavelmente essa é a primeira mensagem que recebo dele "Brow desce aqui agora!!!".

Jogo a comida guela abaixo,nunca recebo mensagens do Luan e quando recebo leio uma coisa dessas. Desço as escadas que me levam até o portão, cheguei a casa do Luan e o encontro sentado na calçada perto do portão

-Cara você me assustou,oque aconteceu de tão importante? - pergunto ja sem folego

-Gabriel senta aqui

-Porquê cara?

-A Carol

-Você ta me assustando

-Ela sofreu um acidente, está no hospital

-Oque? Como assim?

-Calma.

Querida FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora